A cortina rasgada: o cinema de Alfred Hitchcock e a teoria da imagem em Sigmund Freud

O presente trabalho parte da premissa de que o suspense, tal como representado na obra do cineasta Alfred Hichtcock, figurabiliza um modo de funcionamento do aparelho psíquico análogo àquele demarcado no modelo freudiano. Ao articular o cinema de Hitchcock à dimensão da imagem em Freud propõe evidenciar determinada autonomia do registro imagético na teoria freudiana. Se a práxis psicanalítica tem na linguagem seu aporte fundamental, não podemos nos esquecer de que a imagem produz também seus efeitos psíquicos, sobretudo no instante em que excede o registro da linguagem. Nesse sentido, nos apoiamos nas articulações de Hitchcock para desvelar as formas de representação relativas à imagem que se apresentam na teoria psicanalítica. À vista disto, desloca-se o ponto de vista de usar a psicanálise como instrumento teórico para pensar o cinema em direção a uma perspectiva em que a imagem fílmica pode oferecer visibilidade aos processos psíquicos conhecidos apenas pelos seus efeitos. Desse modo, é a construção cinematográfica que nos auxilia a vislumbrar as formações do inconsciente demarcadas no texto freudiano.

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Bibliographic Details
Main Authors: Martins,Karla Patricia Holanda, Oliveira,Débora Passos de, Peixoto,Maria Celina Lima
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Departamento de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro 2014
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-56652014000200010
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