Por uma sociologia sistêmica pós-colonial das diferenças no interior da sociedade mundial moderna

Resumo As aproximações entre os pressupostos epistemológicos e ontológicos da teoria social de Niklas Luhmann e das abordagens pós-coloniais têm sido ressaltadas e desenvolvidas na última década. No âmbito das teorias pós-coloniais, o ponto de vista pós-fundacionalista leva à desconstrução dos discursos hegemônicos e eurocêntricos sobre a modernidade, operando uma observação crítica das operações cognitivas e práticas que constroem, num registro essencialista, identidades e casos nacionais baseados nas autocompreensões (neo)colonialistas dos países ditos centrais ou desenvolvidos. Na medida em que a teoria social de Niklas Luhmann parte de pressupostos ontológicos e epistemológicos muito semelhantes, poder-se-ia esperar uma abordagem desconstrutivista também em sua teoria da sociedade moderna, mas, até agora, prevalece quase unânime a percepção de que a concepção luhmanniana de sociedade mundial é incorrigivelmente eurocêntrica. Pode sua teoria da sociedade mundial não ser eurocêntrica? Apoiando-se em debates mais recentes e menos ortodoxos sobre esta teoria, defende-se nesta comunicação a tese de que a teoria da sociedade mundial de Luhmann pode ser recepcionada em favor da crítica ao discurso hegemônico e eurocêntrico sobre a modernidade.

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Bibliographic Details
Main Author: Dutra,Roberto
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Departamento de Sociologia da Universidade de Brasília 2020
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-69922020000100259
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