Qualquer e o conceito de livre-escolha

Este artigo desenvolve a hipótese de Peres (cp) de que sintagmas 'qualquer' não são quantificados, mas indefinidos (Heim 1982). Argumenta-se que há um item 'qualquer' e que as diferenças entre as estruturas 'qualquer N' e 'um N qualquer' devem-se à presença do artigo indefinido 'um'. Comparado ao sintagma-'um', sintagmas-'qualquer' expressam "livre-escolha" que, na análise proposta, é uma pressuposição de alternativas possíveis. Formalmente, ela se deve à presença de 'qual', que necessita, para ser feliz, que um conjunto de alternativas já esteja no fundo compartilhado, e 'quer', que indica contexto modal. Ignorância e indiferença, característicos da livre-escolha, são apreendidos através de diferentes bases modais. Explora-se, na conclusão, algumas conseqüências desta abordagem. O quadro teórico se enquadra na reflexão contemporânea da semântica formal das línguas naturais.

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Bibliographic Details
Main Author: Oliveira,Roberta Pires de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC-SP 2005
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-44502005000200005
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