Prevalência e fatores associados às geo-helmintíases em crianças residentes em municípios com baixo IDH no Norte e Nordeste brasileiros

Para determinar a prevalência de geo-helmintíases e identificar fatores associados a sua ocorrência, foram realizados inquéritos coprológicos em amostra de crianças entre 5 e 14 anos de idade, residentes em dez municípios brasileiros com baixo Índice de Desenvolvimento Humano. Aplicou-se questionário aos responsáveis, obtendo-se informações sócio-econômicas e ambientais e foi feita coleta de fezes. Estimaram-se prevalências de geohelmintos segundo variáveis de interesse e se avaliaram os fatores de risco mediante regressão logística multinível. Das 2.523 crianças estudadas, 36,5% eram portadoras de um ou mais geohelmintos (Ascaris lumbricoides 25,1%; ancilostomídeos 15,3%, Trichuris trichiura 12,2%). A proporção de geo-helmintíases para o conjunto na zona rural foi 45,7%; na urbana, 32,2%. Baixa renda familiar (OR = 1,75; 1,38-2,23), baixa escolaridade materna (OR = 1,69; 1,39-2,06), presença de lixo próximo ao domicílio (OR = 1,50; 1,22-1,84) e maior número de pessoas no domicílio (OR = 1,41; 1,17-1,71) mostraram-se associadas a tais infecções. Conclui-se que a ocorrência destas parasitoses está relacionada às condições sócio-econômicas e evidencia a importância de intervenções públicas direcionadas à melhoria das condições de vida para sua prevenção.

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Bibliographic Details
Main Authors: Fonseca,Eduardo Oyama Lins, Teixeira,Maria Glória, Barreto,Maurício L., Carmo,Eduardo Hage, Costa,Maria da Conceição N.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2010
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2010000100015
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