Alterações do peridomicílio e suas implicações para o controle do Triatoma brasiliensis

Em Boa Viagem, Ceará, foram investigados e rociados 9.906 anexos dos peridomicílios de 1.541 vivendas rurais em área infestada por Triatoma brasiliensis e/ou Triatoma pseudomaculata com revisões aos 6, 12 e 18 meses. Observou-se um decréscimo do número de anexos nos 18 meses, mais intenso para anexos tipo "pilhas de materiais". De modo geral, a população só modificou 3% dos anexos, principalmente os abrigos de animais (6%). A construção de anexos novos foi importante como causa de novas infestações, significativamente mais presentes nestes (25%) que naqueles que existiam desde o início da observação (4%), provavelmente por conta do expurgo inicialmente realizado. A reinfestação ocorreu lentamente, sendo mais freqüente nos abrigos de animais (7,0%) que em pilhas (4,4%) e em cercas e cobertas (<1%). A densidade da reinfestação sempre foi baixa, independente da espécie do triatomíneo ou do tipo do anexo. Em um estudo colateral, um ensaio pareado com a borrifação inicial de piretróide versus composto organofosforado em matriz de lenta liberação não mostrou diferenças de infestação nem de densidade triatomínica ao final do experimento. Sugere-se a borrifação seletiva de anexos novos tão logo sejam construídos, em áreas semelhantes à deste estudo.

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Bibliographic Details
Main Authors: Oliveira-Lima,José Wellington, Faria Filho,Osvaldo F., Vieira,João Batista Furtado, Gadelha,Francisco Vieira, Oliveira Filho,Alfredo M.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Escola Nacional de Saúde Pública Sergio Arouca, Fundação Oswaldo Cruz 2000
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2000000800008
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