“E saber a língua geral de índios”: reconfigurações linguísticas nas vilas de índios da capitania da Bahia
RESUMO Na segunda metade do século XVIII, a política linguística determinada pelo Diretório dos índios, ou pombalino, previa a obrigatoriedade do uso e ensino da língua portuguesa, assim como a proibição das línguas indígenas e, de forma particular, da chamada língua geral. Quando o Diretório foi confirmado e estendido ao Estado do Brasil, o tribunal especial do Conselho Ultramarino, instalado na Bahia, ficou encarregado de tomar as providências necessárias para execução dessa nova política indigenista do governo de D. José I. Considerando a “civilidade” das populações indígenas que o governo josefino pretendia alcançar, este trabalho discute a política linguística expressa no Diretório e as suas formas de implementação por meio da “escola para índios” nas vilas erigidas na Capitania da Bahia, variáveis fundamentais para a compreensão do avanço da língua portuguesa nesses espaços e suas implicações, o que não significa o imediato desaparecimento das línguas indígenas. Na perspectiva de uma história social da cultura escrita, reflete-se sobre os agenciamentos dos indígenas vilados e as estratégias de negociações e resistências ao processo de “civilização” expresso na política indigenista da Coroa portuguesa no tocante à gestão das línguas, que se manifestam nas permanências dos usos das línguas indígenas.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho
2021
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-90742021000100207 |
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