Momentos distintos no abandono da psicoterapia psicanalítica

Objetivo Identificar características de início e término de tratamento de pacientes que abandonaram a psicoterapia psicanalítica (PP) em momentos distintos: entre 2 e 11 meses (abandono médio = AM) ou com mais de um ano (abandono tardio = AT) de psicoterapia. Métodos Entrevistas iniciais e de pós-tratamento de 14 adultos (sete de AM e sete de AT), classificados por seus psicoterapeutas como pacientes que abandonaram a psicoterapia, foram analisadas utilizando-se o método de análise de conteúdo de Bardin. Resultados As entrevistas iniciais geraram cinco categorias (motivo, objetivos, disposição para mudança, tratamento anterior, transferência) e as de pós-tratamento geraram três categorias (processo de mudança, avaliação de resultados, término). Conclusão Em comparação com os pacientes de AT, os pacientes de AM apresentaram maior resistência, possuíam expectativas de mais apoio, apresentaram menor transferência positiva e mais queixas depressivas e relataram experiências negativas com tratamentos anteriores. A maior parte dos pacientes de AM iniciou o tratamento por indicação de terceiros, enquanto a maioria dos de AT buscou a psicoterapia por conta própria. Na entrevista pós-tratamento, os pacientes de AM revelaram mais resistência durante o processo de psicoterapia, demonstraram menor capacidade de insight e fizeram avaliações mais negativas do tratamento, tanto nos aspectos gerais como nos específicos. A diferenciação dos grupos de AM e AT é tênue, sendo necessárias mais investigações sobre a temática.

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Bibliographic Details
Main Authors: Jung,Simone Isabel, Serralta,Fernanda Barcellos, Nunes,Maria Lucia Tiellet, Eizirik,Cláudio Laks
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do Rio de Janeiro 2014
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0047-20852014000200133
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