Avaliação dos parâmetros derivados do eletroencefalograma durante administração de diferentes concentrações de óxido nitroso

JUSTIFICATIVA E OBJETIVOS: A análise espectral do eletroencefalograma vem sendo usada como medida da profundidade anestésica, nível de hipnose e sedação de diversos agentes anestésicos. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos do N2O sobre os parâmetros derivados do eletroencefalograma, nível de sedação pela Escala Analógica de Alerta e Sedação (EAS), variáveis hemodinâmicas e ventilatórias. MÉTODO: Participaram do estudo 30 pacientes adultos, de ambos os sexos, estado físico ASA I, com idades entre 20 e 40 anos, que se submeteram ao seguinte protocolo: respirar espontaneamente e relaxar de olhos fechados durante dez minutos, sendo coletados dados em três momentos: M1 - antes da oferta de N2O; M2 - N2O a 30% em O2; M3 - N2O a 50% em O2. A coleta dos dados de M2 e M3 foi realizada após quinze minutos da estabilização das frações expiradas de N2O (FeN2O) em 30% e 50% respectivamente, com o tempo de 5 minutos entre as frações. Os parâmetros estudados foram os seguintes: eletroencefalográficos: BIS, SEF1, SEF2, potência total (PT) e taxa de supressão (TS); hemodinâmicos: freqüência cardíaca (FC), pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD); ventilatórios: SpO2, P ET CO2, ventilação minuto e freqüência respiratória; clínicos: os pacientes foram classificados numericamente em ordem decrescente (5, 4, 3, 2 e 1) quanto ao seu estado de alerta, pela EAS. RESULTADOS: O N2O a 30% e a 50% modificou estatisticamente o BIS, SEF1, SEF2, PT e o grau de sedação pela EAS, ao longo dos momentos estudados. Não foram observadas modificações clinicamente importantes, pois todos os pacientes mostraram-se cooperativos e levemente sedados, apesar das variações do SEF1 e SEF2 indicarem valores compatíveis com estágio de hipnose profunda. As variações estatísticas nos parâmetros hemodinâmicos e ventilatórios não foram clinicamente significativas. CONCLUSÕES: O N2O a 30% e a 50%, em pacientes sem medicação pré-anestésica, induzem a um leve estado de sedação avaliado pela EAS, havendo correspondência com o BIS, o mesmo não ocorrendo com SEF1 e SEF2.

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Bibliographic Details
Main Authors: Cavalcante,Sara Lúcia, Nunes,Rogean Rodrigues
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Anestesiologia 2003
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-70942003000100001
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