Labirintite consequente ao uso de difenilhidantoina

É relatado o caso de paciente epilético que, aos 16 anos de idade, ao fazer uso de difenilhidantoina, apresentou, já nos primeiros dias, sinais de intolerância, com sensação de formigamento das extremidades. Aos 36 anos voltou a fazer uso desse mesmo medicamento e apresentou sintomas de labirintite, tendo crises de tipo rotatório quando inclinava a cabeça para a esquerda ou a movia bruscamente. O tratamento específico para labirintite, orientado por otorrinolaringologista, foi ineficaz e o quadro clínico agravou-se progressivamente. Ao fim de seis meses seu exame psíquico revelava leve torpor, lentificação do raciocínio, incapacidade para o trabalho e depressão reativa, observando-se, do ponto de vista neurológico, discreto desvio da marcha para a esquerda e discreto aumento da base de sustentação. Além disto referia a existência de crises rotatórias e vômitos tão frequentes que nos últimos dois meses precisou ser hospitalizado algumas vezes, para ser hidratado. A suspensão da difenilhidantoina com manutenção exclusiva de fenobarbital (do qual também já vinha fazendo uso), determinou regressão rápida dos sintomas citados. Tal fato permitiu concluir que a labirintite foi provocada pelo uso da difenilhidantoina e deve ser incluida na extensa relação de efeitos colaterais provocados por essa droga.

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Bibliographic Details
Main Author: Matarazzo,Eneida Baptistete
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Academia Brasileira de Neurologia - ABNEURO 1978
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-282X1978000100009
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