Potencial de compatibilidade entre lodo de estação de tratamento de água e agentes de controle biológico.

Novas possibilidades e ferramentas sustentáveis para o manejo das doenças de plantas, que sejam amigáveis ao meio ambiente e que permitam a recuperação e aproveitamento dos resíduos orgânicos (RO), precisam ser desenvolvidas. A adoção e combinação de agentes de controle biológico (ACB) com os RO podem contribuir para o manejo das doenças. No entanto, não há informações disponíveis sobre a compatibilidade e a utilização dos lodos gerados nas Estações de Tratamento de Água (ETA) e a produção em massa de ACB. Este estudo teve como objetivo verificar o potencial de compatibilidade de mistura de lodo estéril e não estéril das Estações de Tratamento de Água (ETAs) de Hortolândia (HT) e Monte Mor (MM), SP, com Bacillus velezensis (AP3) e Trichoderma asperelloides (LQC96). O experimento seguiu um delineamento inteiramente casualizado com 8 tratamentos e nove repetições. A avaliação de compatibilidade foi realizada com base no rendimento de propágulos (produção de endósporos para AP3 e conídios para LQC96) através da determinação das unidades formadoras de colônias (UFC) após a mistura, aos 0, 7 e 15 dias. Foram encontradas diferenças significativas no rendimento de propágulos entre todos os tratamentos e os dois ACB durante os dias de avaliação. A concentração de endósporos do isolado AP3 foi reduzida diretamente de forma proporcional à medida que os dias avançavam. No primeiro dia de avaliação, em todos os tratamentos, independentemente do processo de esterilização e do tipo de lodo, a concentração foi de 4,11x10∧8 endósporos/mL. Após 7 dias, a concentração de endósporos/mL foi reduzida tanto no lodo estéril de MM e HT (3,34x10∧7 e 4,00x10∧7) quanto para o lodo não estéril de MM e HT (2,73 x10∧7 e 3,50x10∧7). Da mesma forma, aos 15 dias, os endósporos/mL foram afetados no lodo estéril de MM e HT (2,22x10∧6 e 2,24x10∧6) e não estéril de MM e HT (1,22x10∧6 e 3,63x10∧6), respectivamente. Para o isolado LQC96, ao longo dos 15 dias de avaliação, tanto no lodo estéril como no não estéril de MM, a concentração dos conídios permaneceu inalterada, mantendo-se na faixa de 10∧6 conídios por grama. No entanto, no lodo de HT, após do terceiro período de avaliação (15 dias), ocorreu uma leve redução na concentração, chegando a 6,37x10∧5 e 7,33x10∧5 conídios g-1, no lodo estéril e não estéril, respectivamente. Foi possível constatar que o lodo não precisa ser esterilizado para ser compatível com os ACB, e futuros ensaios precisam ser realizados para garantir melhores condições na mistura para aumentar os dias de prateleira dos ACB com o lodo e comprovar o efeito inibitório em doenças de plantas logo à mistura.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: PERRONY, P. E. P., OLIVEIRA, C. R. de, BETTIOL, W.
Other Authors: PAUL EESTEBAN PHEREZ PERRONY, UFLA; CAUE RIBEIRO DE OLIVEIRA, CNPDIA; WAGNER BETTIOL, CNPMA.
Format: Resumo em anais e proceedings biblioteca
Language:por
Published: 2024-03-15
Subjects:Lodo ETA, Biofungicida, Resíduo Orgânico, Sludge, Organic wastes,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1162865
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!