Avaliação do padrão de crescimento de larvas de Astyanax altiparanae (Garutti & Britski, 2000) expostos a diferentes concentrações de triclosan.

A degradação dos recursos hídricos é alvo de grandes preocupações, principalmente em razão da intensa atividade antropogênica sobre o meio ambiente, pois sabe-se que o número de compostos de origem natural ou sintéticos são difundidos nos ecossistemas, acarretando inúmeras alterações. Dentre estes compostos, destaca-se o Triclosan (TCS) que é um agente bactericida usado em produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumes, possuindo a capacidade de causar distúrbios aos peixes. Podem ocorrer alterações a nível celular, genéticas, do crescimento e da morfologia dos embriões. O presente estudo teve como objetivo avaliar a toxicidade do TCS em larvas de lambari-do-rabo-amarelo (Astyanax altiparanae), avaliando os padrões de crescimento alométrico durante a ontogenia inicial no período larval. O experimento foi conduzido no Laboratório de Aquicultura e Ecotoxicologia (LAE), da Embrapa Meio Ambiente, Jaguariúna-SP, com um período experimental de 96 horas. Foram utilizados 252 embriões, distribuídos em placas de Petri e avaliados com lupa estereoscópica (70x) para determinar sua viabilidade. As larvas foram expostas às seguintes concentrações de TCS: 0,000574; 0,01794; 0,0018081; 0,0005695 e 0,0574 mg.L-1. Paralelamente utilizou-se dois controles, sendo um com meio embrião e outro com adição de etanol ao meio embrião (0,01 mg.L-1) que atuou como adjuvante de solubilização. Após 48 horas pós-eclosão, foi adicionado o composto no meio embrião. As larvas ficaram mantidas em incubadora a 26 ± 1 ºC e com ciclo claro/escuro de 15/9 h. A cada 24 h foi realizada a renovação das soluções-teste e procedida a medição. Não se constataram diferenças significativas entre os controles (com e sem etanol) quanto aos parâmetros avaliados. Entretanto, as concentrações superiores a 0,01794 mg.L-1 demostraram ter diferenças significativas (p<0,001) em relação aos controles, sendo que, quanto maior a concentração, menor o comprimento das larvas. Quanto ao tempo de exposição, houve uma interação significativa (p<0,001) na concentração de 0,0574 mg.L-1, apresentando a maior diminuição de comprimento em 48h, consequentemente, nos tempo de 72h e 96h também. Quanto à interação da concentração ao tempo de exposição foi realizada uma regressão, o resultado da curva demonstrou um efeito inverso para as concentrações e um direto para o tempo de exposição. Portanto, concluiu-se que o Triclosan tem efeito adverso sobre o crescimento de larvas de lambari-do-rabo-amarelo.

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Bibliographic Details
Main Authors: GIL, J. A., DIAS, P. da S., VALLIM, J. H., BOMPADRE, T. F. V., JONSSON, C. M., CASTRO, V. L. S. S. de, ISHIKAWA, M. M.
Other Authors: JULIANA AUGUSTA GIL, Unicamp; PATRÍCIA DA SILVA DIAS, Unicamp; JOSE HENRIQUE VALLIM, CNPMA; THIAGO FRANCISCO VENTOSO BOMPADRE, IFMT de Alta Floresta; CLAUDIO MARTIN JONSSON, CNPMA; VERA LUCIA SCHERHOLZ S DE CASTRO, CNPMA; MARCIA MAYUMI ISHIKAWA, CNPMA.
Format: Resumo em anais e proceedings biblioteca
Language:Portugues
pt_BR
Published: 2023-09-06
Subjects:Astryanax altiparanae, Tricosan, Taxa de Crescimento,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1156464
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