Estudo comparativo dos níveis de resíduos de agrotóxicos no solo provenientes dos métodos de plantio de tomate: convencional, orgânico e sustentável.

O crescimento da população e o consequente aumento da necessidade por alimentos para atendê-la faz com que a produção agrícola mundial trabalhe em movimento acelerado para suprir às demandas do mercado. Porém, as pragas e doenças que acometem as plantações geram perdas no campo e causam decréscimo na produção agrícola, o que leva os produtores à utilização de agrotóxicos em diversas escalas, como vem se observando no Brasil. O tomate é um dos principais produtos plantados e comercializados pela agricultura mundial. O uso de agrotóxicos pode gerar impactos ambientais e acarretar a possível contaminação do solo. Neste trabalho, otimizou-se e validou-se um método analítico para a determinação de resíduos de Acetamiprido, Azoxistrobina, Buprofezina, Diafentiuron, Mandipropamida, Pimetrozina, Ciromazina, Metomil, Pimetrozina e Tiametoxan em solo, com o objetivo de comparar os níveis de contaminação causados por agrotóxicos em três tipos de plantio do tomate: convencional, sustentável e orgânico. Utilizou-se o método de extração QuEChERS modificado e Cromatografia Líquida de Ultrarresolução acoplada à Espectrometria de Massas Sequencial (CLUE-EM/EM). O método QuEChERS modificado consistiu na extração de 15,0 g de solo com 15 mL de solução saturada de hidróxido de cálcio pH 12,3 e 15 mL de acetonitrila, com consequente partição em efeito "salting out" 6,0 g de sulfato de magnésio anidro e 1,5 g de cloreto de sódio. As fases foram separadas por centrifugação a 3700 rpm por 7 min. Os extratos foram diluídos com Metanol grau licrossolv e foram injetados no cromatógrafo. O método foi validado com base nos parâmetros da curva analítica, linearidade, LD, LQ, precisão (repetitividade e precisão intermediária) e exatidão (European Comission (2018). As curvas analíticas apresentaram linearidade entre 0,2 e 20,0 ug L-1 para os compostos estudados, com valores de coeficiente de determinação maiores que 0,99. Os valores de LQ para o método foram 0,013 mg.kg-1 para espinosade e 0,007 mg.kg-1 para os demais agrotóxicos. O método apresentou boa precisão, com valores de RSD < 20%, e exatidão, com recuperações entre 70 e 120% para a grande maioria dos compostos analisados. As curvas analíticas foram preparadas com extratos de solo branco de referência isento de agrotóxicos, de forma a minimizar o Efeito Matriz. O método foi considerado adequado para a análise de resíduos de agrotóxicos em solo proveniente dos plantios de tomate, uma vez que satisfaz aos parâmetros de validação para métodos cromatográficos preconizados pela European Commission (2018), através do documento SANTE (2018). Depois da validação, o método foi utilizado para análise de resíduos de agrotóxicos em amostras de solo provenientes dos plantios de tomate convencional, orgânico e sustentável. Tornando-se possível comparar os níveis de contaminação por resíduos de agrotóxico e mostrou que os solos satisfazem aos LMR's preconizados pela legislação brasileira. Além de validar o método analítico para os agrotóxicos foco: Azoxistrobina, Boscalida, Carbendazim, Clorantraniliprole, Clotianidina, Diafentiuron, Difenoconazol, Dimetomorfe, Espinetoram, Espinosade A, Espinosade D, Fenuron, Imidacloprido, Indoxacarbe, Metalaxil M, Metoxifenozida, Tiametoxan. O estudo conseguiu validar o método para 240 agrotóxicos, entre autorizados, não autorizados e excluídos para a utilização no plantio do tomate, com limites de detecção abaixo dos valores aceitáveis pela legislação vigente no Brasil.

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Bibliographic Details
Main Author: MAZZEI, J. R. F.
Other Authors: JOÃO ROBERTO FORTES MAZZEI, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO.
Format: Teses biblioteca
Language:Portugues
pt_BR
Published: 2022-05-06
Subjects:QuEChERS, Sustentabilidade, Tomate, Sistema de Cultivo, Agrotóxico, Solo, Pesticides, Soil, Tomatoes,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1142683
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