Síndrome coronária aguda sem supradesnível de ST de alto risco: a mortalidade intra-hospitalar é proporcional ao retardo para a intervenção

FUNDAMENTOS: Estudos recentes mostram que uma abordagem invasiva rotineira para pacientes com síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST diminui eventos em relação a uma abordagem conservadora, mas o tempo ideal para esta abordagem ainda é motivo de debate. MÉTODO: No período de maio/2003 a novembro/ 2005, 466 pacientes com infarto agudo do miocárdio, sem supradesnível do segmento ST, foram submetidos à intervenção coronária percutânea, em nossa instituição. Excluímos aqueles pacientes com instabilidade hemodinâmica à admissão. Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com o tempo entre a admissão e a realização da angioplastia: 1) Grupo Precoce (intervenção < 6 horas) com 152 pacientes e 2) Grupo Tardio (intervenção &gt;6 horas) com 314 pacientes. Foram analisados os dados do procedimento e a mortalidade intra-hospitalar. RESULTADOS: Os dois grupos foram semelhantes quanto às suas características clínicas, exceto pela maior freqüência de cirurgia coronária prévia no Grupo Tardio. Pacientes no Grupo Precoce foram tratados com uma mediana de 3 horas (intervalo interquartil 2-4 horas) e, no Grupo Tardio, após 23 horas (intervalo interquartil 14-48 horas). Pacientes tratados precocemente apresentaram mortalidade intrahospitalar significativamente menor que os pacientes do Grupo Tardio (0,7 vs. 4,8%; p=0,02). À análise multivariada, idade, insuficiência cardíaca e tempo de tratamento foram identificados como preditores independentes de óbito hospitalar. CONCLUSÃO: A realização de angioplastia precoce parece reduzir o risco óbito intra-hospitalar em pacientes com infarto agudo do miocárdio sem supradesnível do segmento ST tratados no dia-a-dia. O impacto clínico da implementação de protocolos de tratamento acelerado para estes pacientes deve ser avaliado no ambiente de estudos randomizados.

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Main Authors: Campos,Carlos Augusto Homem de Magalhães, Lemos,Pedro A., Ribeiro,Expedito E., Falcão,João L. A. A., Perin,Marco A., Kajita,Luiz J., Esteves Filho,Antonio, Gama,Marcus N. da, Horta,Pedro E., Marchiori,Gilberto G., Spadaro,Andre G., Soares,Paulo R., Zalc,Silvio, Martinez,Eulógio E.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI 2007
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972007000300010
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spelling oai:scielo:S2179-839720070003000102012-08-16Síndrome coronária aguda sem supradesnível de ST de alto risco: a mortalidade intra-hospitalar é proporcional ao retardo para a intervençãoCampos,Carlos Augusto Homem de MagalhãesLemos,Pedro A.Ribeiro,Expedito E.Falcão,João L. A. A.Perin,Marco A.Kajita,Luiz J.Esteves Filho,AntonioGama,Marcus N. daHorta,Pedro E.Marchiori,Gilberto G.Spadaro,Andre G.Soares,Paulo R.Zalc,SilvioMartinez,Eulógio E. Coronariopatia Infarto do miocárdio Angioplastia transluminal percutânea coronária Contenedores FUNDAMENTOS: Estudos recentes mostram que uma abordagem invasiva rotineira para pacientes com síndrome coronária aguda sem supradesnivelamento do segmento ST diminui eventos em relação a uma abordagem conservadora, mas o tempo ideal para esta abordagem ainda é motivo de debate. MÉTODO: No período de maio/2003 a novembro/ 2005, 466 pacientes com infarto agudo do miocárdio, sem supradesnível do segmento ST, foram submetidos à intervenção coronária percutânea, em nossa instituição. Excluímos aqueles pacientes com instabilidade hemodinâmica à admissão. Os pacientes foram divididos em dois grupos, de acordo com o tempo entre a admissão e a realização da angioplastia: 1) Grupo Precoce (intervenção < 6 horas) com 152 pacientes e 2) Grupo Tardio (intervenção &gt;6 horas) com 314 pacientes. Foram analisados os dados do procedimento e a mortalidade intra-hospitalar. RESULTADOS: Os dois grupos foram semelhantes quanto às suas características clínicas, exceto pela maior freqüência de cirurgia coronária prévia no Grupo Tardio. Pacientes no Grupo Precoce foram tratados com uma mediana de 3 horas (intervalo interquartil 2-4 horas) e, no Grupo Tardio, após 23 horas (intervalo interquartil 14-48 horas). Pacientes tratados precocemente apresentaram mortalidade intrahospitalar significativamente menor que os pacientes do Grupo Tardio (0,7 vs. 4,8%; p=0,02). À análise multivariada, idade, insuficiência cardíaca e tempo de tratamento foram identificados como preditores independentes de óbito hospitalar. CONCLUSÃO: A realização de angioplastia precoce parece reduzir o risco óbito intra-hospitalar em pacientes com infarto agudo do miocárdio sem supradesnível do segmento ST tratados no dia-a-dia. O impacto clínico da implementação de protocolos de tratamento acelerado para estes pacientes deve ser avaliado no ambiente de estudos randomizados.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCIRevista Brasileira de Cardiologia Invasiva v.15 n.3 20072007-01-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972007000300010pt10.1590/S2179-83972007000300010
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