A inquietante estranheza do corpo e o diagnóstico na adolescência
O texto aborda a adolescência como um momento em que ocorrem transformações na relação do sujeito com o seu corpo e com os laços amorosos e sociais. A teoria freudiana destaca nesta fase duas grandes transformações: um novo fim sexual e a escolha do objeto sexual ao lado de uma nova excitação sexual da qual o sujeito não pode escapar. É o momento em que há o risco de pane e uma tendência a agir como solução para os impasses. Esse agir decorre da descoberta que o corpo se torna estranho. O corpo familiar da primeira infância é perdido e em seu lugar aparece um mal-estar em relação ao corpo. A impossibilidade do luto do corpo perdido ao lado da queda dos ideais e da separação dos pais conduz ao alto índice de tentativas de morte, muitas vezes mascaradas através de jogos e condutas arriscadas dos adolescentes. Perceber a forma como esse corpo se torna estranho e fonte de angústia, permite estabelecer índices diagnósticos. Esses poderão servir para se antecipar a uma ação que conduza ao pior, em virtude do desencadeamento de uma psicose muitas vezes confundida com a crise narcisista própria da idade.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo
2000
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65642000000100008 |
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