Variabilidade, danos e detecção de Stenocarpella maydis e Stenocarpella macrospora em sementes de milho.

A podridão do colmo e a podridão espigas do milho (Zea mays L.) causadas pelos fungos StenocarpeLZa macrospora (Earle) Sutton [Sino Diplodia macrospora Earle in BulI.] e Stenocarpella maydis (Berk.) Sutton [Sino Diplodia maydis (Berk.) Sacc.; D. Zeae (Schw.) Lev.] são de ocorrência ampla, abrangendo toda a região de plantio dessa cultura, principalmente nas regiões quentes e úmidas. Esses fitopatógenos afetam a germinação das sementes, causam colapso prematuramente das plantas infectadas na fase reprodutiva e paralisam o processo normal de enchimento de grãos, com conseqüênte queda da produtividade. A presença desses fungos nos grãos de milho reduz a qualidade nutricional das rações, além de poduzirem micotoxinas. Normalmente são necessários quatorze dias para detecção desses fungos, nos testes de sanidade com incubação direta da semente de milho. Neste sentido, os objetivos desta pesquisa foram: avaliar, em maiores detalhes, as relações do complexo Stenocarpella em associação com as sementes de milho; caracterizar por meio de técnicas moleculares os fungos S. macrospora e S. maydis e verificar a possibilidade do uso de marcadores moleculares e proteõmicos como parte de testes diagnósticos destes fungos em sementes. Observou-se o efeito de cinco isolados de S. mcrospora sobre os híbridos de milho DKB-212 e DKB-333-B e o efeito dos cinco isolados de S. maydis sobre os híbridos de milho DKB-214 e DKB-333-B, inoculados em sementes. Observou-se que todos os isolados de S. macrospora aumentaram o índice de severdiade de doença (ISD) e afetaram a germinação, a emergência de plântulas, o índice de velocidade de emergência (IVE), a sobrevivência de plântulas e o peso de matéria seca da parte aérea (PMSA) e de raiz (PMSR). Todos os isolados de S. maydis, exceto um (May43), proporcionaram o aumento do ISD das sementes dos híbridos DKB-214 e DKB-333-B inoculados, e afetaram negativamente a germinação, a sobrevivência de plântulas, o PMSA e o PMSR do híbrido DKB-333-B. Para as sementes do híbrido DKB-214, apenas dois isolados (May-57 e May-74) afetaram negativamente essas variáveis. A caracterização morfológica dos isolados de S. macrospora e de S. maydis foi determinada através do crescimento miceliano, o número de picnídioslcm2 em meio BDA, OA, EMA, CZA (meio Czapek), em dois regimes de temperatura, a 20°C e a 25°C. A caracterização molecular dos isolados de S. macrospora e de S. maydis foi realizada por meio do seqüenciamento dos produtos de PCR obtidos com oligonucleotídios desenhados para a região ITS do rDNA e para o gene da beta-tubulina. Ambos os métodos foram eficientes na diferenciação dos isolados de S. macrospora e de S. maydis. Entretanto, não foi possível distinguir, com consistência, a origem geográfica dos isolados, a partir das análises de caracterização morfológica e molecular dos isolados de S. macrospora e S. maydis. Os produtos da digestão tríptica do extrato de proteína total obtidos de culturas puras de Drechslera maydis, S. maydis, S. macrospora, F. verticillioides e de sementes de milho inoculadas com S. maydis e S. macrospora, pela técnica de restrição hídrica (RH) por 72 horas foram analisadas por RP-HPLC. A análise em espectrômetro de massa Q-TOF foi realizada com os produtos da digestão tríptica do extrato protéico total de sementes de milho não inoculadas, das sementes inoculadas com S. maydis e com S. macrospora, pela técnica de restrição hídrica e o extrato miceliano de culturas puras de S. maydis, S. macrospora e F. verticillioides. Os dados obtidos por RP-HPLC revelaram diferenças nos perfis cromatográficos de culturas puras de ambos fungos, no tempo de retenção de 25 minutos. Entretanto, diferenças marcantes nos perfis cromatográficos obtidos de sementes inoculadas com os dois fitopatógenos, não foram identificadas por essa técnica. A análise discriminante realizada com base nos espectros MS, dos intervalos de 20 a 30 minutos e 50 a 60 minutos, obtidos das diferentes amostras estudadas revelaram que os fungos S. maydis e S. macrospora podem ser detectados diferencialmente em sementes de milho e também possibilitaram a distinção das diferentes espécies fúngicas analisadas. Desta forma, os dados obtidos neste trabalho, indicam que existe grande potencial de utilização da espectrometria de massa no desenvolvimento de novos métodos de detecção de fitopatógenos em sementes.

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Main Author: FREITAS, M. A. de
Format: Teses biblioteca
Language:pt_BR
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Published: 2006-11-28
Subjects:Stenocarpella macrospora, Fungos, Sementes, Marcadores moleculares, Proteômicos, Testes diagnósticos., Milho., Stenocarpella maydis.,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/187935
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Variabilidade, danos e detecção de Stenocarpella maydis e Stenocarpella macrospora em sementes de milho.
description A podridão do colmo e a podridão espigas do milho (Zea mays L.) causadas pelos fungos StenocarpeLZa macrospora (Earle) Sutton [Sino Diplodia macrospora Earle in BulI.] e Stenocarpella maydis (Berk.) Sutton [Sino Diplodia maydis (Berk.) Sacc.; D. Zeae (Schw.) Lev.] são de ocorrência ampla, abrangendo toda a região de plantio dessa cultura, principalmente nas regiões quentes e úmidas. Esses fitopatógenos afetam a germinação das sementes, causam colapso prematuramente das plantas infectadas na fase reprodutiva e paralisam o processo normal de enchimento de grãos, com conseqüênte queda da produtividade. A presença desses fungos nos grãos de milho reduz a qualidade nutricional das rações, além de poduzirem micotoxinas. Normalmente são necessários quatorze dias para detecção desses fungos, nos testes de sanidade com incubação direta da semente de milho. Neste sentido, os objetivos desta pesquisa foram: avaliar, em maiores detalhes, as relações do complexo Stenocarpella em associação com as sementes de milho; caracterizar por meio de técnicas moleculares os fungos S. macrospora e S. maydis e verificar a possibilidade do uso de marcadores moleculares e proteõmicos como parte de testes diagnósticos destes fungos em sementes. Observou-se o efeito de cinco isolados de S. mcrospora sobre os híbridos de milho DKB-212 e DKB-333-B e o efeito dos cinco isolados de S. maydis sobre os híbridos de milho DKB-214 e DKB-333-B, inoculados em sementes. Observou-se que todos os isolados de S. macrospora aumentaram o índice de severdiade de doença (ISD) e afetaram a germinação, a emergência de plântulas, o índice de velocidade de emergência (IVE), a sobrevivência de plântulas e o peso de matéria seca da parte aérea (PMSA) e de raiz (PMSR). Todos os isolados de S. maydis, exceto um (May43), proporcionaram o aumento do ISD das sementes dos híbridos DKB-214 e DKB-333-B inoculados, e afetaram negativamente a germinação, a sobrevivência de plântulas, o PMSA e o PMSR do híbrido DKB-333-B. Para as sementes do híbrido DKB-214, apenas dois isolados (May-57 e May-74) afetaram negativamente essas variáveis. A caracterização morfológica dos isolados de S. macrospora e de S. maydis foi determinada através do crescimento miceliano, o número de picnídioslcm2 em meio BDA, OA, EMA, CZA (meio Czapek), em dois regimes de temperatura, a 20°C e a 25°C. A caracterização molecular dos isolados de S. macrospora e de S. maydis foi realizada por meio do seqüenciamento dos produtos de PCR obtidos com oligonucleotídios desenhados para a região ITS do rDNA e para o gene da beta-tubulina. Ambos os métodos foram eficientes na diferenciação dos isolados de S. macrospora e de S. maydis. Entretanto, não foi possível distinguir, com consistência, a origem geográfica dos isolados, a partir das análises de caracterização morfológica e molecular dos isolados de S. macrospora e S. maydis. Os produtos da digestão tríptica do extrato de proteína total obtidos de culturas puras de Drechslera maydis, S. maydis, S. macrospora, F. verticillioides e de sementes de milho inoculadas com S. maydis e S. macrospora, pela técnica de restrição hídrica (RH) por 72 horas foram analisadas por RP-HPLC. A análise em espectrômetro de massa Q-TOF foi realizada com os produtos da digestão tríptica do extrato protéico total de sementes de milho não inoculadas, das sementes inoculadas com S. maydis e com S. macrospora, pela técnica de restrição hídrica e o extrato miceliano de culturas puras de S. maydis, S. macrospora e F. verticillioides. Os dados obtidos por RP-HPLC revelaram diferenças nos perfis cromatográficos de culturas puras de ambos fungos, no tempo de retenção de 25 minutos. Entretanto, diferenças marcantes nos perfis cromatográficos obtidos de sementes inoculadas com os dois fitopatógenos, não foram identificadas por essa técnica. A análise discriminante realizada com base nos espectros MS, dos intervalos de 20 a 30 minutos e 50 a 60 minutos, obtidos das diferentes amostras estudadas revelaram que os fungos S. maydis e S. macrospora podem ser detectados diferencialmente em sementes de milho e também possibilitaram a distinção das diferentes espécies fúngicas analisadas. Desta forma, os dados obtidos neste trabalho, indicam que existe grande potencial de utilização da espectrometria de massa no desenvolvimento de novos métodos de detecção de fitopatógenos em sementes.
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A presença desses fungos nos grãos de milho reduz a qualidade nutricional das rações, além de poduzirem micotoxinas. Normalmente são necessários quatorze dias para detecção desses fungos, nos testes de sanidade com incubação direta da semente de milho. Neste sentido, os objetivos desta pesquisa foram: avaliar, em maiores detalhes, as relações do complexo Stenocarpella em associação com as sementes de milho; caracterizar por meio de técnicas moleculares os fungos S. macrospora e S. maydis e verificar a possibilidade do uso de marcadores moleculares e proteõmicos como parte de testes diagnósticos destes fungos em sementes. Observou-se o efeito de cinco isolados de S. mcrospora sobre os híbridos de milho DKB-212 e DKB-333-B e o efeito dos cinco isolados de S. maydis sobre os híbridos de milho DKB-214 e DKB-333-B, inoculados em sementes. Observou-se que todos os isolados de S. macrospora aumentaram o índice de severdiade de doença (ISD) e afetaram a germinação, a emergência de plântulas, o índice de velocidade de emergência (IVE), a sobrevivência de plântulas e o peso de matéria seca da parte aérea (PMSA) e de raiz (PMSR). Todos os isolados de S. maydis, exceto um (May43), proporcionaram o aumento do ISD das sementes dos híbridos DKB-214 e DKB-333-B inoculados, e afetaram negativamente a germinação, a sobrevivência de plântulas, o PMSA e o PMSR do híbrido DKB-333-B. Para as sementes do híbrido DKB-214, apenas dois isolados (May-57 e May-74) afetaram negativamente essas variáveis. A caracterização morfológica dos isolados de S. macrospora e de S. maydis foi determinada através do crescimento miceliano, o número de picnídioslcm2 em meio BDA, OA, EMA, CZA (meio Czapek), em dois regimes de temperatura, a 20°C e a 25°C. A caracterização molecular dos isolados de S. macrospora e de S. maydis foi realizada por meio do seqüenciamento dos produtos de PCR obtidos com oligonucleotídios desenhados para a região ITS do rDNA e para o gene da beta-tubulina. Ambos os métodos foram eficientes na diferenciação dos isolados de S. macrospora e de S. maydis. Entretanto, não foi possível distinguir, com consistência, a origem geográfica dos isolados, a partir das análises de caracterização morfológica e molecular dos isolados de S. macrospora e S. maydis. Os produtos da digestão tríptica do extrato de proteína total obtidos de culturas puras de Drechslera maydis, S. maydis, S. macrospora, F. verticillioides e de sementes de milho inoculadas com S. maydis e S. macrospora, pela técnica de restrição hídrica (RH) por 72 horas foram analisadas por RP-HPLC. A análise em espectrômetro de massa Q-TOF foi realizada com os produtos da digestão tríptica do extrato protéico total de sementes de milho não inoculadas, das sementes inoculadas com S. maydis e com S. macrospora, pela técnica de restrição hídrica e o extrato miceliano de culturas puras de S. maydis, S. macrospora e F. verticillioides. Os dados obtidos por RP-HPLC revelaram diferenças nos perfis cromatográficos de culturas puras de ambos fungos, no tempo de retenção de 25 minutos. Entretanto, diferenças marcantes nos perfis cromatográficos obtidos de sementes inoculadas com os dois fitopatógenos, não foram identificadas por essa técnica. A análise discriminante realizada com base nos espectros MS, dos intervalos de 20 a 30 minutos e 50 a 60 minutos, obtidos das diferentes amostras estudadas revelaram que os fungos S. maydis e S. macrospora podem ser detectados diferencialmente em sementes de milho e também possibilitaram a distinção das diferentes espécies fúngicas analisadas. Desta forma, os dados obtidos neste trabalho, indicam que existe grande potencial de utilização da espectrometria de massa no desenvolvimento de novos métodos de detecção de fitopatógenos em sementes. Tese (Doutorado em Fitopatologia) - Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG. Orientador: José da Cruz Machado, Co-Orientador: Alan Carvalho Andrade. 2018-04-04T00:36:46Z 2018-04-04T00:36:46Z 2006-11-28 2006 2018-04-04T00:36:46Z Teses 2006. http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/187935 pt_BR por openAccess 164 p.