Emissões de gases de efeito estufa de cultivares de arroz sob irrigação por inundação contínua e intermitente.

A produção brasileira de arroz provém, predominantemente, das lavouras irrigadas do Rio Grande do Sul, onde a atividade é considerada como de impacto ambiental negativo, devido ao elevado potencial de emissão de gases de efeito estufa (GEE) e uso de água. Diversos fatores influenciam as emissões de GEE da lavoura de arroz, como o manejo da água e as cultivares. Este trabalho visou comparar o potencial de emissão de GEE de cultivares de arroz sob irrigação por inundação contínua e intermitente. O estudo foi realizado sob condições de campo, na safra de 2019/2020, na Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão-RS. Avaliaram-se as cultivares de arroz irrigado XP 113 (híbrido - subespécie índica), BRS Pampa CL (subespécie índica) e BRS 358 (subespécie japônica) em dois sistemas de irrigação (inundação contínua e intermitente) e duas populações de planta (150 e 300 plantas m-2). As coletas de amostras de ar para avaliação de emissões de metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) foram feitas utilizando-se o método da câmara estática fechada, com periodicidade semanal ou superior. Avaliaram-se os fluxos e emissões totais de CH4 e N2O do solo, assim como o desempenho produtivo e o rendimento industrial das cultivares de arroz. Calculou-se, também, o Potencial de Aquecimento Global parcial (PAGp), a partir das emissões sazonais de CH4 e N2O e seus respectivos potenciais de aquecimento global (34 e 298), e o índice PAGp em escala de rendimento de grãos (PAGp/RG). As principais diferenças nos fluxos de CH4 estiveram associadas ao sistema de irrigação do arroz, sendo que picos maiores de emissão ocorreram no período compreendido entre o emborrachamento e início da floração do arroz. Para o N2O, não foi observado um padrão temporal característico de emissão em função da variação dos fatores avaliados. As emissões sazonais de CH4 foram superiores sob irrigação por inundação contínua, relativamente à inundação intermitente, não se verificando efeito do sistema de irrigação sobre as emissões totais de N2O. O híbrido XP 113 proporcionou menores emissões totais de CH4 e PAGp que as cultivares convencionais BRS Pampa CL e BRS 358. As emissões de CH4 e o PAGp aumentaram com a população de plantas. O CH4 contribuiu com quase a totalidade do PAGp associado à cultura do arroz. As cultivares BRS Pampa CL e XP 113 proporcionaram maior produtividade de grãos que a ?BRS 358?. O sistema de irrigação por inundação intermitente proporcionou menor índice PAGp/RG, relativamente à inundação contínua, indicando que a intermitência na inundação foi efetiva em mitigar as emissões de GEE e o PAGp da cultura do arroz. O híbrido XP 113 e a ?BRS Pampa CL?, sob menor população de plantas, foram superiores à ?BRS 358? quanto à efetividade de mitigação do PAGp em escala de rendimento de grãos. O manejo da água e o uso de cultivares de arroz com menor potencial de emissão de GEE constituem-se em alternativas promissoras de mitigação do PAGp da lavoura de arroz irrigado.

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Main Author: SILVA, G. T.
Other Authors: GIOVANA TAVARES SILVA.
Format: Teses biblioteca
Language:Portugues
pt_BR
Published: 2020-12-21
Subjects:Arroz Irrigado, Irrigação,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1128547
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