Transferência de tecnologias e intercâmbio de conhecimentos em sistemas agroflorestais em Mato Grosso.

Transcorridos mais de cinquenta anos de implementação e consolidação do conjunto de tecnologias da Revolução Verde, constituindo modelos de produção, os problemas de abastecimento não foram resolvidos a ponto de justificar os investimentos necessários à sua implementação. A degradação do solo, da capacidade produtiva e do meio ambiente, aliada ao êxodo rural, são consequências desses modelos que agravam ainda mais os problemas sociais (Franco, 2000). Desde então, práticas agrícolas menos agressivas ao ambiente vêm sendo experimentadas e adotadas, principalmente na Europa, em atendimento à emergente demanda por alimentos saudáveis e livres de resíduos tóxicos. A perda de solo pelo processo erosivo decorrente da sua má conservação trazem prejuízos, até hoje, pouco mensurados, como perda da camada fértil, assoreamento de rios e lixiviação de nutrientes residuais. Tais processos demandam elevado gasto de energia para estabilização, reversão e recuperação, expondo a necessidade de uma nova estratégia sustentável para o futuro da nossa agricultura. Repensar o agroecossistema, segundo Altieri (1995) requer, além da conservação dos recursos renováveis, da adaptação da cultura ao ambiente e da manutenção de um alto nível de sustentabilidade da produtividade, duas novas funções fundamentais: 1. biodiversidade de microorganismos, plantas e animais e; 2. ciclagem biológica de nutrientes. O Mato Grosso é um dos Estados apontados como responsável por 55% do desmatamento na Amazônia, possuindo 18 dos 43 municípios que mais desmatam este bioma (IBAMA, 2015). Como consequências do desmatamento há perda da biodiversidade, perda de horizontes agricultáveis do solo, redução da ciclagem da água e volume das chuvas, contribuição para o aquecimento global, entre outros. A pressão sobre o patrimônio natural é acentuada nas zonas de recente ocupação do território. A pressão de ocupação gerada por migrantes de diferentes regiões do Brasil revela que muitas "novas fronteiras" agrícolas e pecuárias, como a existente no norte do Mato Grosso, possuem elevados índices de pobreza e até escassez de recursos naturais.

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Bibliographic Details
Main Author: ANTONIO, D. B. A.
Other Authors: DIEGO BARBOSA ALVES ANTONIO, CPAMT.
Format: Parte de livro biblioteca
Language:pt_BR
pt_BR
Published: 2019-01-15
Subjects:Sistema Agroflorestal, Capacitacao continuada, Mato Grosso, Sinop-MT, Alta Floresta-MT., Transferência de Tecnologia, Capacitação, Cadeia Produtiva, Assistência Técnica,
Online Access:http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1104132
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Description
Summary:Transcorridos mais de cinquenta anos de implementação e consolidação do conjunto de tecnologias da Revolução Verde, constituindo modelos de produção, os problemas de abastecimento não foram resolvidos a ponto de justificar os investimentos necessários à sua implementação. A degradação do solo, da capacidade produtiva e do meio ambiente, aliada ao êxodo rural, são consequências desses modelos que agravam ainda mais os problemas sociais (Franco, 2000). Desde então, práticas agrícolas menos agressivas ao ambiente vêm sendo experimentadas e adotadas, principalmente na Europa, em atendimento à emergente demanda por alimentos saudáveis e livres de resíduos tóxicos. A perda de solo pelo processo erosivo decorrente da sua má conservação trazem prejuízos, até hoje, pouco mensurados, como perda da camada fértil, assoreamento de rios e lixiviação de nutrientes residuais. Tais processos demandam elevado gasto de energia para estabilização, reversão e recuperação, expondo a necessidade de uma nova estratégia sustentável para o futuro da nossa agricultura. Repensar o agroecossistema, segundo Altieri (1995) requer, além da conservação dos recursos renováveis, da adaptação da cultura ao ambiente e da manutenção de um alto nível de sustentabilidade da produtividade, duas novas funções fundamentais: 1. biodiversidade de microorganismos, plantas e animais e; 2. ciclagem biológica de nutrientes. O Mato Grosso é um dos Estados apontados como responsável por 55% do desmatamento na Amazônia, possuindo 18 dos 43 municípios que mais desmatam este bioma (IBAMA, 2015). Como consequências do desmatamento há perda da biodiversidade, perda de horizontes agricultáveis do solo, redução da ciclagem da água e volume das chuvas, contribuição para o aquecimento global, entre outros. A pressão sobre o patrimônio natural é acentuada nas zonas de recente ocupação do território. A pressão de ocupação gerada por migrantes de diferentes regiões do Brasil revela que muitas "novas fronteiras" agrícolas e pecuárias, como a existente no norte do Mato Grosso, possuem elevados índices de pobreza e até escassez de recursos naturais.