Azospirillum: um velho novo aliado.
Bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) compreendem um grupo de microrganismos que são benéficos para as plantas, devido à sua capacidade de colonizar superfícies radiculares, da rizosfera e da filosfera, bem como tecidos internos da planta. Podem estimular o crescimento das plantas por meio de vários processos, incluindo a fixação biológica do nitrogênio (FBN), a síntese de hormônios de plantas, entre outros. Azospirillum é um gênero de BPCP de vida livre encontrado em quase todos os lugares da Terra e o mais estudado. A espécie Spirillum lipoferum foi primeiramente descrita por Beijerinck e, em 1978, foi proposta a sua reclassificação como Azospirillum, na época com duas espécies, A. lipoferum e A. brasilense. O Brasil sempre teve papel de destaque nos estudos com Azospirillum, iniciados pela Dra. Johanna Döbereiner, com enfatizava a capacidade de FBN, enquanto que o Dr. Yakov Okon, de Israel, enfatizava a síntese de auxinas. Apesar dos grandes avanços obtidos em estudos básicos, as primeiras estirpes comerciais de Azospirillum no Brasil tiveram sua eficiência agronômica confirmada pela Embrapa Soja em 2004 e o primeiro inoculante comercial foi comercializado em 2009. Desde então, dezenas de resultados vêm sendo publicados com as duas principais estirpes, A. brasilense Ab-V5 e AbV6, principalmente nas culturas do milho e do trigo, mas também há registro para o arroz. Os resultados obtidos indicam que, em expectativas de baixo a médio rendimento, pode ser empregados somente o N na base, acrescido ou não de 50% da dose em cobertura, enquanto que, para altos rendimentos, podem ser adicionados 75% da dose em cobertura, resultando em rendimento igual ou superior ao controle com 100% de N. Também há resultados indicando incremento na tolerância a estresses hídricos moderados e na resistência a patógenos. Em 2016 a Embrapa Soja também comprovou a eficiência agronômica com Brachiaria spp. (=Urochloa), podendo resultar em grande impacto na recuperação de pastagens degradadas. Por fim, em 2012 a Embrapa Soja também comprovou a eficiência agronômica da coinoculação da soja e do feijoeiro com rizóbios e as estirpes Ab-V5 e Ab-V6. Hoje, mais de 2,5 milhões de doses de inoculantes contendo A. brasilense são comercializadas anualmente para gramíneas no Brasil, além das doses para coinoculação da soja e do feijoeiro.
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dig-alice-doc-10572592017-08-16T03:53:22Z Azospirillum: um velho novo aliado. HUNGRIA, M. MARIANGELA HUNGRIA DA CUNHA, CNPSO. Fixação de nitrogênio Inoculante. Nitrogen fixation Bactérias promotoras de crescimento de plantas (BPCP) compreendem um grupo de microrganismos que são benéficos para as plantas, devido à sua capacidade de colonizar superfícies radiculares, da rizosfera e da filosfera, bem como tecidos internos da planta. Podem estimular o crescimento das plantas por meio de vários processos, incluindo a fixação biológica do nitrogênio (FBN), a síntese de hormônios de plantas, entre outros. Azospirillum é um gênero de BPCP de vida livre encontrado em quase todos os lugares da Terra e o mais estudado. A espécie Spirillum lipoferum foi primeiramente descrita por Beijerinck e, em 1978, foi proposta a sua reclassificação como Azospirillum, na época com duas espécies, A. lipoferum e A. brasilense. O Brasil sempre teve papel de destaque nos estudos com Azospirillum, iniciados pela Dra. Johanna Döbereiner, com enfatizava a capacidade de FBN, enquanto que o Dr. Yakov Okon, de Israel, enfatizava a síntese de auxinas. Apesar dos grandes avanços obtidos em estudos básicos, as primeiras estirpes comerciais de Azospirillum no Brasil tiveram sua eficiência agronômica confirmada pela Embrapa Soja em 2004 e o primeiro inoculante comercial foi comercializado em 2009. Desde então, dezenas de resultados vêm sendo publicados com as duas principais estirpes, A. brasilense Ab-V5 e AbV6, principalmente nas culturas do milho e do trigo, mas também há registro para o arroz. Os resultados obtidos indicam que, em expectativas de baixo a médio rendimento, pode ser empregados somente o N na base, acrescido ou não de 50% da dose em cobertura, enquanto que, para altos rendimentos, podem ser adicionados 75% da dose em cobertura, resultando em rendimento igual ou superior ao controle com 100% de N. Também há resultados indicando incremento na tolerância a estresses hídricos moderados e na resistência a patógenos. Em 2016 a Embrapa Soja também comprovou a eficiência agronômica com Brachiaria spp. (=Urochloa), podendo resultar em grande impacto na recuperação de pastagens degradadas. Por fim, em 2012 a Embrapa Soja também comprovou a eficiência agronômica da coinoculação da soja e do feijoeiro com rizóbios e as estirpes Ab-V5 e Ab-V6. Hoje, mais de 2,5 milhões de doses de inoculantes contendo A. brasilense são comercializadas anualmente para gramíneas no Brasil, além das doses para coinoculação da soja e do feijoeiro. FertBio 2016. 2016-11-28T11:11:11Z 2016-11-28T11:11:11Z 2016-11-28 2016 2018-01-29T11:11:11Z Separatas In: REUNIÃO BRASILEIRA DE FERTILIDADE DO SOLO E NUTRIÇÃO DE PLANTAS, 32.; REUNIÃO BRASILEIRA SOBBRE MICORRIZAS, 16.; SIMPÓSIO BRASILEIRO DE MICROBIOLOGIA DO SOLO, 14., REUNIÃO BRASILEIRA DE BIOLOGIA DO SOLO, 11., 2016, Goiânia. Rumo aos novos desafios. Goiânia: Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 2016. 978-85-86504-15-0 http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1057259 pt_BR por openAccess |
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