INTRODUÇÃO
O presente número se constitui no trigésimo volume da revista Cadernos de C&T, relativo ao ano de 2013.Abre a pauta de trabalhos o artigo intitulado Características, potencial e limitações de diferentes modalidades de certificação socioambiental para sistemas agroflorestais, assinado por Luis Fernando Guedes Pinto, Eduardo Trevisan Gonçalves, Daniel Berkembrock, Masaaki Yamada e Leonardo Sorice. O artigo trata desse inovador instrumento de mercado, de caráter voluntário, cuja finalidade é promover mudanças em setores produtivos por meio de incentivos econômicos: a certificação socioambiental para sistemas agroflorestais. Tal instrumento deveria estar presente nas políticas e nos mecanismos que favoreçam ou incentivem a manutenção e a adoção de sistemas produtivos agroflorestais. Além da presença nas políticas públicas, os sistemas de certificação ambiental podem ser viabilizados mediante parcerias efetivas e de longo prazo entre produtores e as empresas das cadeias produtivas que utilizam produtos de origem agroflorestal. No Brasil, existem vários sistemas de certificação socioambiental aplicáveis a sistemas agroflorestais, com empreendimentos certificados e abrangendo esquemas socioparticipativos e de terceira parte. O artigo busca avaliar, por meio de três estudos de caso – do projeto Reca, das Fazendas Reunidas Vale do Juliana e da certificação socioparticipativa de produtores nikkeis no Pará –, o papel, as oportunidades e os desafios da certificação socioambiental para sistemas agroflorestais, uma vez que cada um deles oferece benefícios e limitações para a sua aplicação. Os autores consideram que uma mudança de escala da certificação agroflorestal permitirá que eles sejam mais aplicáveis (e mais acessíveis) para a realidade dos agricultores familiares e comunidades.O segundo trabalho – Dinâmicas de (re)ocupação de terras: a lógica patrimonialista e a área de influência da rodovia Belém-Brasília no Nordeste Paraense, de Gustavo Meyer, Joana Mattei Faggin, Dalva Maria da Mota e Ivaldo Gehlen – analisa a desigualdade de acesso à rodovia Belém-Brasília (BR-010) entre ocupantes de “pequenos lotes de produção familiar” e de “grandes propriedades de terra”, nos municípios de Mãe do Rio e Aurora do Pará, Estado do Pará. Os autores partem da compreensão de algumas características dos processos de (re)ocupação das áreas adjacentes à rodovia, considerando a estrutura políticosocial vigente à época, tendo como embasamento teórico a teoria patrimonialista de Raymundo Faoro e o processo histórico de ocupação da região traçado por Jean Hébette. A pesquisa foi realizada no âmbito de um projeto de desenvolvimento local, entre 2005 e 2010, e estruturada por meio de revisão de literatura, entrevistas com atores-chave e observações diretas e indiretas da paisagem. Os resultados indicam que o processo de ocupação da região apresentou características patrimonialistas – capitalismo politicamente orientado, imputação de vontades em outrem, confusão público-privado, etc.– que configuraram condições não igualitárias de acesso à terra e aos benefícios da rodovia.Embora o Brasil seja importante centro de origem e diversidade de maracujás, com mais de 150 espécies, apenas três delas são aproveitadas pela indústria de medicamentos/cosméticos – a Passiflora incarnata, a Passiflora alata (o maracujá doce) e a Passiflora edulis var. flavicarpa Deg. (o maracujá amarelo azedo) –, sendo apenas a última destas espécies aproveitada industrialmente como alimento. Algumas iniciativas de pesquisa científica têm incluído espécies nativas como estratégias para o aproveitamento dos recursos da biodiversidade brasileira e é nesta orientação que este trabalho se enquadra. Avaliação de usos e conhecimentos de maracujás nativos como meio para definição de estratégias de pesquisa e transferência de tecnologia é assinado por José Orlando Madalena, Ana Maria Costa e Herbert Cavalcante de Lima. O trabalho prospectou informações sobre conhecimento, uso e cadeia de fornecimento das espécies Passiflora alata, P. setacea, P. nitida, P. tenuifila e P. edulis var. flavicarpa Deg. silvestre. Em apenas uma das 24 localidades pesquisadas verificou-se a oferta de polpa de P. setacea. Essa espécie, entre as silvestres e semidomesticadas, também foi a mais reconhecida. Embora o estudo tenha constatado uma correlação negativa entre o reconhecimento das variedades silvestres e o avanço da fronteira agrícola, indicando perda cultural na identificação e consumo dessas espécies, os consultados que reconheceram as passifloras silvestres recomendaram o seu uso para fins alimentares e medicinais.A revisão trazida no artigo Potencial de tecnologias de processos e tecnologias de insumos na cultura da mandioca na Amazônia, de Raimundo Nonato Brabo Alves e Moisés de Souza Modesto Júnior, tem por objetivo contextualizar o potencial das tecnologias de processos e das tecnologias de insumos para produção de mandioca como alternativas para a agricultura familiar na Amazônia. No caso típico da pequena produção de mandioca, as tecnologias de processos, cuja adoção não depende da compra de insumos externos à propriedade, são aquelas que trabalham preferencialmente a informação – associadas ao método de extensão rural – e que interferem nos sistemas de produção, especificamente na mudança de procedimento dos agricultores, visando à execução e controle das práticas agrícolas e do número e época das operações. Por sua vez, a adoção das tecnologias de insumos demanda a disponibilidade de capital – muitas vezes de crédito rural – para compra de fertilizantes, agrotóxicos e sementes, sendo este um método típico da assistência técnica. Segundo os autores, na agropecuária da Amazônia, as tecnologias de processos tendem a ser preteridas em favor das tecnologias de insumos, sendo isso, porém, um equívoco conceitual, pois os insumos não estão disponíveis aos produtores a preços competitivos em toda a região, por falta de logística para a oferta de fertilizantes e corretivos. Consequentemente, uma ênfase na difusão de tecnologias de processos poderia ser mais eficaz e impactante na produtividade de mandioca e na preservação do meio ambiente, pela capacidade de abrangência de um maior número de agricultores familiares.Avaliação bioeconômica ex ante de investimentos e planejamento forrageiro em sistemas de produção de bovinos de corte a pasto no Cerrado é um artigo assinado por Rui Fonseca Veloso, Luís Gustavo Barioni, Juaci Vitória Malaquias, Eliane Gonçalves Gomes, Ozanival Dario Dantas e Marcello Augusto Dias da Cunha. O objeto do estudo é um modelo de programação linear construído para estabelecer estratégias de planejamento forrageiro e de investimentos ótimos na renovação das pastagens e na compra de animais, com as opções de cria, de recria e de engorda, aplicado a uma fazenda de bovinos de corte localizada em uma região periférica do bioma Cerrado. O objetivo da ferramenta é maximizar a receita líquida no final de um período de planejamento de 8 anos com fluxo de caixa mensal. Planilhas eletrônicas foram usadas para construção do modelo e preparação de dados. Em seguida, utilizando-se macros do Visual Basic para aplicativos, geraram-se arquivos no formato MPS para os “Solvers” do Lindo Systems, do SAS e do LPSolve software. O modelo incorpora custos fixos mensais, provisões para despesas e estimativas de mortalidade dos animais.Desejamos uma boa leitura a todos.Maria Amalia Gusmão MartinsEditora Técnica
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Superintendência de Comunicação (Sucom), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
2013
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O presente número se constitui no trigésimo volume da revista Cadernos de C&T, relativo ao ano de 2013.Abre a pauta de trabalhos o artigo intitulado Características, potencial e limitações de diferentes modalidades de certificação socioambiental para sistemas agroflorestais, assinado por Luis Fernando Guedes Pinto, Eduardo Trevisan Gonçalves, Daniel Berkembrock, Masaaki Yamada e Leonardo Sorice. O artigo trata desse inovador instrumento de mercado, de caráter voluntário, cuja finalidade é promover mudanças em setores produtivos por meio de incentivos econômicos: a certificação socioambiental para sistemas agroflorestais. Tal instrumento deveria estar presente nas políticas e nos mecanismos que favoreçam ou incentivem a manutenção e a adoção de sistemas produtivos agroflorestais. Além da presença nas políticas públicas, os sistemas de certificação ambiental podem ser viabilizados mediante parcerias efetivas e de longo prazo entre produtores e as empresas das cadeias produtivas que utilizam produtos de origem agroflorestal. No Brasil, existem vários sistemas de certificação socioambiental aplicáveis a sistemas agroflorestais, com empreendimentos certificados e abrangendo esquemas socioparticipativos e de terceira parte. O artigo busca avaliar, por meio de três estudos de caso – do projeto Reca, das Fazendas Reunidas Vale do Juliana e da certificação socioparticipativa de produtores nikkeis no Pará –, o papel, as oportunidades e os desafios da certificação socioambiental para sistemas agroflorestais, uma vez que cada um deles oferece benefícios e limitações para a sua aplicação. Os autores consideram que uma mudança de escala da certificação agroflorestal permitirá que eles sejam mais aplicáveis (e mais acessíveis) para a realidade dos agricultores familiares e comunidades.O segundo trabalho – Dinâmicas de (re)ocupação de terras: a lógica patrimonialista e a área de influência da rodovia Belém-Brasília no Nordeste Paraense, de Gustavo Meyer, Joana Mattei Faggin, Dalva Maria da Mota e Ivaldo Gehlen – analisa a desigualdade de acesso à rodovia Belém-Brasília (BR-010) entre ocupantes de “pequenos lotes de produção familiar” e de “grandes propriedades de terra”, nos municípios de Mãe do Rio e Aurora do Pará, Estado do Pará. Os autores partem da compreensão de algumas características dos processos de (re)ocupação das áreas adjacentes à rodovia, considerando a estrutura políticosocial vigente à época, tendo como embasamento teórico a teoria patrimonialista de Raymundo Faoro e o processo histórico de ocupação da região traçado por Jean Hébette. A pesquisa foi realizada no âmbito de um projeto de desenvolvimento local, entre 2005 e 2010, e estruturada por meio de revisão de literatura, entrevistas com atores-chave e observações diretas e indiretas da paisagem. Os resultados indicam que o processo de ocupação da região apresentou características patrimonialistas – capitalismo politicamente orientado, imputação de vontades em outrem, confusão público-privado, etc.– que configuraram condições não igualitárias de acesso à terra e aos benefícios da rodovia.Embora o Brasil seja importante centro de origem e diversidade de maracujás, com mais de 150 espécies, apenas três delas são aproveitadas pela indústria de medicamentos/cosméticos – a Passiflora incarnata, a Passiflora alata (o maracujá doce) e a Passiflora edulis var. flavicarpa Deg. (o maracujá amarelo azedo) –, sendo apenas a última destas espécies aproveitada industrialmente como alimento. Algumas iniciativas de pesquisa científica têm incluído espécies nativas como estratégias para o aproveitamento dos recursos da biodiversidade brasileira e é nesta orientação que este trabalho se enquadra. Avaliação de usos e conhecimentos de maracujás nativos como meio para definição de estratégias de pesquisa e transferência de tecnologia é assinado por José Orlando Madalena, Ana Maria Costa e Herbert Cavalcante de Lima. O trabalho prospectou informações sobre conhecimento, uso e cadeia de fornecimento das espécies Passiflora alata, P. setacea, P. nitida, P. tenuifila e P. edulis var. flavicarpa Deg. silvestre. Em apenas uma das 24 localidades pesquisadas verificou-se a oferta de polpa de P. setacea. Essa espécie, entre as silvestres e semidomesticadas, também foi a mais reconhecida. Embora o estudo tenha constatado uma correlação negativa entre o reconhecimento das variedades silvestres e o avanço da fronteira agrícola, indicando perda cultural na identificação e consumo dessas espécies, os consultados que reconheceram as passifloras silvestres recomendaram o seu uso para fins alimentares e medicinais.A revisão trazida no artigo Potencial de tecnologias de processos e tecnologias de insumos na cultura da mandioca na Amazônia, de Raimundo Nonato Brabo Alves e Moisés de Souza Modesto Júnior, tem por objetivo contextualizar o potencial das tecnologias de processos e das tecnologias de insumos para produção de mandioca como alternativas para a agricultura familiar na Amazônia. No caso típico da pequena produção de mandioca, as tecnologias de processos, cuja adoção não depende da compra de insumos externos à propriedade, são aquelas que trabalham preferencialmente a informação – associadas ao método de extensão rural – e que interferem nos sistemas de produção, especificamente na mudança de procedimento dos agricultores, visando à execução e controle das práticas agrícolas e do número e época das operações. Por sua vez, a adoção das tecnologias de insumos demanda a disponibilidade de capital – muitas vezes de crédito rural – para compra de fertilizantes, agrotóxicos e sementes, sendo este um método típico da assistência técnica. Segundo os autores, na agropecuária da Amazônia, as tecnologias de processos tendem a ser preteridas em favor das tecnologias de insumos, sendo isso, porém, um equívoco conceitual, pois os insumos não estão disponíveis aos produtores a preços competitivos em toda a região, por falta de logística para a oferta de fertilizantes e corretivos. Consequentemente, uma ênfase na difusão de tecnologias de processos poderia ser mais eficaz e impactante na produtividade de mandioca e na preservação do meio ambiente, pela capacidade de abrangência de um maior número de agricultores familiares.Avaliação bioeconômica ex ante de investimentos e planejamento forrageiro em sistemas de produção de bovinos de corte a pasto no Cerrado é um artigo assinado por Rui Fonseca Veloso, Luís Gustavo Barioni, Juaci Vitória Malaquias, Eliane Gonçalves Gomes, Ozanival Dario Dantas e Marcello Augusto Dias da Cunha. O objeto do estudo é um modelo de programação linear construído para estabelecer estratégias de planejamento forrageiro e de investimentos ótimos na renovação das pastagens e na compra de animais, com as opções de cria, de recria e de engorda, aplicado a uma fazenda de bovinos de corte localizada em uma região periférica do bioma Cerrado. O objetivo da ferramenta é maximizar a receita líquida no final de um período de planejamento de 8 anos com fluxo de caixa mensal. Planilhas eletrônicas foram usadas para construção do modelo e preparação de dados. Em seguida, utilizando-se macros do Visual Basic para aplicativos, geraram-se arquivos no formato MPS para os “Solvers” do Lindo Systems, do SAS e do LPSolve software. O modelo incorpora custos fixos mensais, provisões para despesas e estimativas de mortalidade dos animais.Desejamos uma boa leitura a todos.Maria Amalia Gusmão MartinsEditora Técnica |
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Além da presença nas políticas públicas, os sistemas de certificação ambiental podem ser viabilizados mediante parcerias efetivas e de longo prazo entre produtores e as empresas das cadeias produtivas que utilizam produtos de origem agroflorestal. No Brasil, existem vários sistemas de certificação socioambiental aplicáveis a sistemas agroflorestais, com empreendimentos certificados e abrangendo esquemas socioparticipativos e de terceira parte. O artigo busca avaliar, por meio de três estudos de caso – do projeto Reca, das Fazendas Reunidas Vale do Juliana e da certificação socioparticipativa de produtores nikkeis no Pará –, o papel, as oportunidades e os desafios da certificação socioambiental para sistemas agroflorestais, uma vez que cada um deles oferece benefícios e limitações para a sua aplicação. Os autores consideram que uma mudança de escala da certificação agroflorestal permitirá que eles sejam mais aplicáveis (e mais acessíveis) para a realidade dos agricultores familiares e comunidades.O segundo trabalho – Dinâmicas de (re)ocupação de terras: a lógica patrimonialista e a área de influência da rodovia Belém-Brasília no Nordeste Paraense, de Gustavo Meyer, Joana Mattei Faggin, Dalva Maria da Mota e Ivaldo Gehlen – analisa a desigualdade de acesso à rodovia Belém-Brasília (BR-010) entre ocupantes de “pequenos lotes de produção familiar” e de “grandes propriedades de terra”, nos municípios de Mãe do Rio e Aurora do Pará, Estado do Pará. Os autores partem da compreensão de algumas características dos processos de (re)ocupação das áreas adjacentes à rodovia, considerando a estrutura políticosocial vigente à época, tendo como embasamento teórico a teoria patrimonialista de Raymundo Faoro e o processo histórico de ocupação da região traçado por Jean Hébette. A pesquisa foi realizada no âmbito de um projeto de desenvolvimento local, entre 2005 e 2010, e estruturada por meio de revisão de literatura, entrevistas com atores-chave e observações diretas e indiretas da paisagem. Os resultados indicam que o processo de ocupação da região apresentou características patrimonialistas – capitalismo politicamente orientado, imputação de vontades em outrem, confusão público-privado, etc.– que configuraram condições não igualitárias de acesso à terra e aos benefícios da rodovia.Embora o Brasil seja importante centro de origem e diversidade de maracujás, com mais de 150 espécies, apenas três delas são aproveitadas pela indústria de medicamentos/cosméticos – a Passiflora incarnata, a Passiflora alata (o maracujá doce) e a Passiflora edulis var. flavicarpa Deg. (o maracujá amarelo azedo) –, sendo apenas a última destas espécies aproveitada industrialmente como alimento. Algumas iniciativas de pesquisa científica têm incluído espécies nativas como estratégias para o aproveitamento dos recursos da biodiversidade brasileira e é nesta orientação que este trabalho se enquadra. Avaliação de usos e conhecimentos de maracujás nativos como meio para definição de estratégias de pesquisa e transferência de tecnologia é assinado por José Orlando Madalena, Ana Maria Costa e Herbert Cavalcante de Lima. O trabalho prospectou informações sobre conhecimento, uso e cadeia de fornecimento das espécies Passiflora alata, P. setacea, P. nitida, P. tenuifila e P. edulis var. flavicarpa Deg. silvestre. Em apenas uma das 24 localidades pesquisadas verificou-se a oferta de polpa de P. setacea. Essa espécie, entre as silvestres e semidomesticadas, também foi a mais reconhecida. Embora o estudo tenha constatado uma correlação negativa entre o reconhecimento das variedades silvestres e o avanço da fronteira agrícola, indicando perda cultural na identificação e consumo dessas espécies, os consultados que reconheceram as passifloras silvestres recomendaram o seu uso para fins alimentares e medicinais.A revisão trazida no artigo Potencial de tecnologias de processos e tecnologias de insumos na cultura da mandioca na Amazônia, de Raimundo Nonato Brabo Alves e Moisés de Souza Modesto Júnior, tem por objetivo contextualizar o potencial das tecnologias de processos e das tecnologias de insumos para produção de mandioca como alternativas para a agricultura familiar na Amazônia. No caso típico da pequena produção de mandioca, as tecnologias de processos, cuja adoção não depende da compra de insumos externos à propriedade, são aquelas que trabalham preferencialmente a informação – associadas ao método de extensão rural – e que interferem nos sistemas de produção, especificamente na mudança de procedimento dos agricultores, visando à execução e controle das práticas agrícolas e do número e época das operações. Por sua vez, a adoção das tecnologias de insumos demanda a disponibilidade de capital – muitas vezes de crédito rural – para compra de fertilizantes, agrotóxicos e sementes, sendo este um método típico da assistência técnica. Segundo os autores, na agropecuária da Amazônia, as tecnologias de processos tendem a ser preteridas em favor das tecnologias de insumos, sendo isso, porém, um equívoco conceitual, pois os insumos não estão disponíveis aos produtores a preços competitivos em toda a região, por falta de logística para a oferta de fertilizantes e corretivos. Consequentemente, uma ênfase na difusão de tecnologias de processos poderia ser mais eficaz e impactante na produtividade de mandioca e na preservação do meio ambiente, pela capacidade de abrangência de um maior número de agricultores familiares.Avaliação bioeconômica ex ante de investimentos e planejamento forrageiro em sistemas de produção de bovinos de corte a pasto no Cerrado é um artigo assinado por Rui Fonseca Veloso, Luís Gustavo Barioni, Juaci Vitória Malaquias, Eliane Gonçalves Gomes, Ozanival Dario Dantas e Marcello Augusto Dias da Cunha. O objeto do estudo é um modelo de programação linear construído para estabelecer estratégias de planejamento forrageiro e de investimentos ótimos na renovação das pastagens e na compra de animais, com as opções de cria, de recria e de engorda, aplicado a uma fazenda de bovinos de corte localizada em uma região periférica do bioma Cerrado. O objetivo da ferramenta é maximizar a receita líquida no final de um período de planejamento de 8 anos com fluxo de caixa mensal. Planilhas eletrônicas foram usadas para construção do modelo e preparação de dados. Em seguida, utilizando-se macros do Visual Basic para aplicativos, geraram-se arquivos no formato MPS para os “Solvers” do Lindo Systems, do SAS e do LPSolve software. O modelo incorpora custos fixos mensais, provisões para despesas e estimativas de mortalidade dos animais.Desejamos uma boa leitura a todos.Maria Amalia Gusmão MartinsEditora Técnica Superintendência de Comunicação (Sucom), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária 2013-12-31 info:eu-repo/semantics/article info:eu-repo/semantics/publishedVersion application/pdf https://seer.sct.embrapa.br/index.php/cct/article/view/22266 10.35977/0104-1096.cct2013.v30.22266 Cadernos de Ciência & Tecnologia; v. 30, n. 1/3 (2013); 7-9 Cadernos de Ciência & Tecnologia; v. 30, n. 1/3 (2013); 7-9 0104-1096 por https://seer.sct.embrapa.br/index.php/cct/article/view/22266/12984 |