Perspectivas Ergológicas para o Uso de Simuladores de Direção

Resumo Apesar da controversa legislação brasileira sobre formação por simuladores de direção, seu uso ainda é escasso. Além disso, não há obrigatoriedade de seu emprego em formação de condutores rodoviários profissionais. Segundo a literatura internacional, onde o assunto é estudado há mais tempo, ainda não há evidência suficiente que justifique o amplo uso de simuladores em formações de condutores profissionais. Por outro lado, não se observa nessa literatura uma análise crítica dos efeitos dos fundamentos teórico-metodológico utilizadas nessas formações. Visando contribuir para esse debate, revisamos a literatura sobre uso de simuladores em formações de condutores rodoviários profissionais, analisando-a criticamente a partir das contribuições da Ergologia e da Didática Profissional francesa. Observamos problemas nas formações experimentadas: (a) não reconhecimento da atividade real a simular e dos saberes socialmente construídos necessários para executá-la; (b) concepção insuficiente sobre competências e saberes mobilizados em situação de trabalho; (c) incapacidade de apreensão de uma atividade profissional. Apresentamos alternativas para uso de simuladores nas formações de condutores profissionais: formações coletivas mediadas pela simulação e em torno de saberes, normas e valores partilhados pelos condutores.

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Bibliographic Details
Main Authors: Moraes,Thiago Drumond, Schwartz,Yves
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Psicologia 2017
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2358-18832017000401589
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Summary:Resumo Apesar da controversa legislação brasileira sobre formação por simuladores de direção, seu uso ainda é escasso. Além disso, não há obrigatoriedade de seu emprego em formação de condutores rodoviários profissionais. Segundo a literatura internacional, onde o assunto é estudado há mais tempo, ainda não há evidência suficiente que justifique o amplo uso de simuladores em formações de condutores profissionais. Por outro lado, não se observa nessa literatura uma análise crítica dos efeitos dos fundamentos teórico-metodológico utilizadas nessas formações. Visando contribuir para esse debate, revisamos a literatura sobre uso de simuladores em formações de condutores rodoviários profissionais, analisando-a criticamente a partir das contribuições da Ergologia e da Didática Profissional francesa. Observamos problemas nas formações experimentadas: (a) não reconhecimento da atividade real a simular e dos saberes socialmente construídos necessários para executá-la; (b) concepção insuficiente sobre competências e saberes mobilizados em situação de trabalho; (c) incapacidade de apreensão de uma atividade profissional. Apresentamos alternativas para uso de simuladores nas formações de condutores profissionais: formações coletivas mediadas pela simulação e em torno de saberes, normas e valores partilhados pelos condutores.