Elogio do anacronismo: para os andróginos de Ismael Nery
"Por que fazer o elogio do anacronismo quando se é historiador?" - perguntou Loraux. O anacronismo, que já foi o pecado dos historiadores, hoje se impõe. Numa abordagem inspirada por alguns filósofos contemporâneos, tais como Agamben, Rancière e Didi-Huberman, que instigam em nosso pensamento uma nova concepção de tempo, este artigo desenvolve argumentos para demonstrar que Ismael Nery (1900-1934), o "artista maldito" do modernismo brasileiro, pode ser tomado como um artista anacrônico, pelo fato de configurar montagens temporais em sua arte (pintura, desenho e poesia) para expressar um dos princípios de seu sistema filosófico: a abstração do tempo e do espaço. A arte de Ismael apresentou-se como universal, mística e espiritual, o que o deixou fora do seu tempo, ou melhor, fora da estética da representação chamada para dar visibilidade aos temas do nacional.
Main Author: | |
---|---|
Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Programa de Pós-Graduação em História Social da Universidade Federal do Rio de Janeiro
2014
|
Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2237-101X2014000200414 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|