Resultados do acompanhamento nutricional de crianças e adolescentes com sobrecarga ponderal nos cuidados de saúde primários
Introdução: A obesidade infantil é um problema de Saúde Pública, para o qual os hábitos alimentares inadequados e a insuficiente prática de atividade física são fatores de risco e, atualmente, frequentes na população infantil. Objetivos: Este trabalho pretendeu avaliar a evolução ponderal e dos comportamentos de saúde de um grupo de crianças e adolescentes com pré-obesidade ou obesidade, utentes de uma Unidade de Cuidados de Saúde Primários portuguesa, seguidos em consulta de Nutrição. Avaliaram-se, também, alguns comportamentos de saúde nos respetivos cuidadores e averiguou-se se existia associação entre os comportamentos de ambos. Metodologia: Este estudo combinou uma vertente retrospetiva, com recolha de dados antropométricos e de comportamentos de saúde, a partir do processo clínico do utente e uma vertente transversal, com recolha de informação durante a consulta em que o participante aceitou pertencer ao estudo. Os cuidadores responderam a um questionário sobre os seus hábitos alimentares e de atividade física. Resultados: As 36 crianças e jovens incluídos no estudo (44,4% do sexo feminino; idade mediana de 14 anos) estavam a ser acompanhados, em mediana, há 3,6 anos, tendo o Z-Score para o Índice de Massa Corporal mediano descido significativamente desde a primeira consulta até à avaliação presente (2,70 vs. 2,18; p<0,001). Relativamente à aquisição de hábitos salutogénicos, a totalidade dos participantes passaram a tomar pequeno-almoço (no início faziam 91,7%), aumentou a proporção de crianças e adolescentes que ingeriam hortícolas ao almoço diariamente (30,6% vs. 69,4%), bem como de crianças que passaram a comer três peças de fruta por dia (11,1% vs. 33,3%). Os adolescentes eram os que mais praticavam o número de horas de atividade física recomendado. Não se observaram associações entre os hábitos dos cuidadores e os dos respetivos educandos. Conclusões: O acompanhamento de crianças e adolescentes com sobrecarga ponderal em consulta de Nutrição, nos Cuidados de Saúde Primários, mostrou-se eficaz na aquisição de hábitos salutogénicos e melhoria do estado nutricional.
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Format: | Digital revista |
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Associação Portuguesa de Nutrição
2018
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oai:scielo:S2183-598520180004000032019-08-05Resultados do acompanhamento nutricional de crianças e adolescentes com sobrecarga ponderal nos cuidados de saúde primáriosAlmeida,Catarina deMorais,GiselaPinto,Elisabete Comportamentos de saúde Evolução ponderal Hábitos alimentares e de atividade física Obesidade infantil Introdução: A obesidade infantil é um problema de Saúde Pública, para o qual os hábitos alimentares inadequados e a insuficiente prática de atividade física são fatores de risco e, atualmente, frequentes na população infantil. Objetivos: Este trabalho pretendeu avaliar a evolução ponderal e dos comportamentos de saúde de um grupo de crianças e adolescentes com pré-obesidade ou obesidade, utentes de uma Unidade de Cuidados de Saúde Primários portuguesa, seguidos em consulta de Nutrição. Avaliaram-se, também, alguns comportamentos de saúde nos respetivos cuidadores e averiguou-se se existia associação entre os comportamentos de ambos. Metodologia: Este estudo combinou uma vertente retrospetiva, com recolha de dados antropométricos e de comportamentos de saúde, a partir do processo clínico do utente e uma vertente transversal, com recolha de informação durante a consulta em que o participante aceitou pertencer ao estudo. Os cuidadores responderam a um questionário sobre os seus hábitos alimentares e de atividade física. Resultados: As 36 crianças e jovens incluídos no estudo (44,4% do sexo feminino; idade mediana de 14 anos) estavam a ser acompanhados, em mediana, há 3,6 anos, tendo o Z-Score para o Índice de Massa Corporal mediano descido significativamente desde a primeira consulta até à avaliação presente (2,70 vs. 2,18; p<0,001). Relativamente à aquisição de hábitos salutogénicos, a totalidade dos participantes passaram a tomar pequeno-almoço (no início faziam 91,7%), aumentou a proporção de crianças e adolescentes que ingeriam hortícolas ao almoço diariamente (30,6% vs. 69,4%), bem como de crianças que passaram a comer três peças de fruta por dia (11,1% vs. 33,3%). Os adolescentes eram os que mais praticavam o número de horas de atividade física recomendado. Não se observaram associações entre os hábitos dos cuidadores e os dos respetivos educandos. Conclusões: O acompanhamento de crianças e adolescentes com sobrecarga ponderal em consulta de Nutrição, nos Cuidados de Saúde Primários, mostrou-se eficaz na aquisição de hábitos salutogénicos e melhoria do estado nutricional.info:eu-repo/semantics/openAccessAssociação Portuguesa de NutriçãoActa Portuguesa de Nutrição n.15 20182018-12-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-59852018000400003pt10.21011/apn.2018.1503 |
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