Hipertensão no grande idoso: tratar ou não tratar?
Introdução: A hipertensão arterial é o fator de risco cardiovascular mais prevalente. Sabe-se que a diminuição da pressão arterial (PA) em hipertensos com ≤65 anos reduz a ocorrência de eventos cardiovasculares e morte. Relativamente ao grande idoso (≥80 anos), ainda há poucos estudos que possam assegurar o mesmo consenso. Objetivos: Rever se existe evidência sobre se o tratamento anti-hipertensor conduz a diminuição de eventos cardiovasculares major, bem como a redução da mortalidade no grande idoso. Fontes de dados: National Guideline Clearinghouse, Guideline Finder, Canadian Medical Association, The Cochrane Database, DARE, Bandolier, MEDLINE/PubMed e Índex de Revistas Médicas Portuguesas. Métodos de revisão: Pesquisa em sites de medicina baseada na evidência; entre janeiro de 2004 e agosto de 2014; línguas inglesa, espanhola ou portuguesa; palavras-chave: Hypertension/therapy AND Aged, 80 and over. Resultados: Oito artigos cumpriam os critérios de inclusão. Segundo as normas, o tratamento anti-hipertensor reduz a incidência de acidente vascular cerebral (AVC) e morbilidade cardiovascular e aumenta a mortalidade por outras causas (FR C). Se há boa condição física e psicológica, os valores de PA devem rondar os 140-150mmHg (FR B); caso contrário, o tratamento deve ser individualizado (FR C). As meta-análises corroboram a redução do risco de AVC, eventos cardiovasculares e insuficiência cardíaca (IC) (NE 2). Os ensaios clínicos revelam benefício na redução da PA até 150/80mmHg (NE 1); valores inferiores a este associam-se a maior risco de morte cerebrovascular e IC (NE 2). Conclusão: O benefício global do tratamento no grande idoso é questionável, pois embora esteja associado a uma redução dos eventos cardiovasculares quanto à mortalidade total, bem como à mortalidade específica por causa, os resultados são heterogéneos (FR B). Salienta-se, contudo, o facto de a redução da mortalidade total ser conseguida nos ensaios com menores reduções da PA e terapêuticas menos intensivas (FR B).
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Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
2016
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oai:scielo:S2182-517320160001000052016-07-28Hipertensão no grande idoso: tratar ou não tratar?Bastos,Teresa MouraAzenha,SofiaDias,Tânia Hipertensão Tratamento Grande Idoso Introdução: A hipertensão arterial é o fator de risco cardiovascular mais prevalente. Sabe-se que a diminuição da pressão arterial (PA) em hipertensos com ≤65 anos reduz a ocorrência de eventos cardiovasculares e morte. Relativamente ao grande idoso (≥80 anos), ainda há poucos estudos que possam assegurar o mesmo consenso. Objetivos: Rever se existe evidência sobre se o tratamento anti-hipertensor conduz a diminuição de eventos cardiovasculares major, bem como a redução da mortalidade no grande idoso. Fontes de dados: National Guideline Clearinghouse, Guideline Finder, Canadian Medical Association, The Cochrane Database, DARE, Bandolier, MEDLINE/PubMed e Índex de Revistas Médicas Portuguesas. Métodos de revisão: Pesquisa em sites de medicina baseada na evidência; entre janeiro de 2004 e agosto de 2014; línguas inglesa, espanhola ou portuguesa; palavras-chave: Hypertension/therapy AND Aged, 80 and over. Resultados: Oito artigos cumpriam os critérios de inclusão. Segundo as normas, o tratamento anti-hipertensor reduz a incidência de acidente vascular cerebral (AVC) e morbilidade cardiovascular e aumenta a mortalidade por outras causas (FR C). Se há boa condição física e psicológica, os valores de PA devem rondar os 140-150mmHg (FR B); caso contrário, o tratamento deve ser individualizado (FR C). As meta-análises corroboram a redução do risco de AVC, eventos cardiovasculares e insuficiência cardíaca (IC) (NE 2). Os ensaios clínicos revelam benefício na redução da PA até 150/80mmHg (NE 1); valores inferiores a este associam-se a maior risco de morte cerebrovascular e IC (NE 2). Conclusão: O benefício global do tratamento no grande idoso é questionável, pois embora esteja associado a uma redução dos eventos cardiovasculares quanto à mortalidade total, bem como à mortalidade específica por causa, os resultados são heterogéneos (FR B). Salienta-se, contudo, o facto de a redução da mortalidade total ser conseguida nos ensaios com menores reduções da PA e terapêuticas menos intensivas (FR B).info:eu-repo/semantics/openAccessAssociação Portuguesa de Medicina Geral e FamiliarRevista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v.32 n.1 20162016-02-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732016000100005pt |
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