Comunicação e percepção de risco: diferentes modos de comunicar, diferentes modos de partilhar a decisão clínica
Uma decisão clínica informada deriva de um diálogo, no qual ocorre a partilha de especificidades biopsicossociais, preferências e valores de uma pessoa com o seu médico. Este, por sua vez, partilha informações associadas a um risco epidemiológico ou de uma intervenção. O risco pode ser comunicado por palavras, números ou gráficos, sendo que o formato escolhido influencia as percepções e os comportamentos dos utentes. O formato nem sempre é compreendido e a incapacidade de raciocinar com informação numérica (inumeracia) constitui uma importante barreira a uma comunicação eficaz. Apesar disso, é possível minorar o impacto da inumeracia através de estratégias comunicacionais. As frequências naturais, a redução de risco absoluto e a utilização de pictogramas permitem uma percepção mais realista do risco e tornam-no mais inteligível, independentemente do grau de numeracia. Existe sempre algum grau de incerteza associado às estimativas de risco, mas o mais importante é ajudar o utente a lidar com a incerteza. Além disso, o risco não deve ser encarado num contexto populacional, mas antes personalizado, tendo em conta os factores pessoais que modulam os benefícios ou prejuízos associados às intervenções propostas. Independentemente das políticas populacionais existentes, uma decisão de saúde cabe sempre ao utente, pessoa livre e autónoma.
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Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
2015
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oai:scielo:S2182-517320150002000082015-08-06Comunicação e percepção de risco: diferentes modos de comunicar, diferentes modos de partilhar a decisão clínicaRodrigues,RicardoMaria,Ana RitaBragança,AnaSimões,SusanaTomé,AndréRodrigues,DavidPinto,DanielHeleno,Bruno Risco Comunicação em Saúde Incerteza Tomada de Decisões Medicina Individualizada Uma decisão clínica informada deriva de um diálogo, no qual ocorre a partilha de especificidades biopsicossociais, preferências e valores de uma pessoa com o seu médico. Este, por sua vez, partilha informações associadas a um risco epidemiológico ou de uma intervenção. O risco pode ser comunicado por palavras, números ou gráficos, sendo que o formato escolhido influencia as percepções e os comportamentos dos utentes. O formato nem sempre é compreendido e a incapacidade de raciocinar com informação numérica (inumeracia) constitui uma importante barreira a uma comunicação eficaz. Apesar disso, é possível minorar o impacto da inumeracia através de estratégias comunicacionais. As frequências naturais, a redução de risco absoluto e a utilização de pictogramas permitem uma percepção mais realista do risco e tornam-no mais inteligível, independentemente do grau de numeracia. Existe sempre algum grau de incerteza associado às estimativas de risco, mas o mais importante é ajudar o utente a lidar com a incerteza. Além disso, o risco não deve ser encarado num contexto populacional, mas antes personalizado, tendo em conta os factores pessoais que modulam os benefícios ou prejuízos associados às intervenções propostas. Independentemente das políticas populacionais existentes, uma decisão de saúde cabe sempre ao utente, pessoa livre e autónoma.info:eu-repo/semantics/openAccessAssociação Portuguesa de Medicina Geral e FamiliarRevista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar v.31 n.2 20152015-04-01info:eu-repo/semantics/othertext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-51732015000200008pt |
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