Esposas, criadas e amantes: interseccionalidade e espaço urbano em Desterro/Florianópolis (1850-1930)

Resumo Seja por se basearam em representações históricas, midiáticas e construções sociais, o espaço - ao assumir seu caráter sexuado - instaura territorialidades que são específicas a cada gênero, o que pode comprometer o alcance da experiência urbana por diferentes indivíduos. Apesar disso, sabemos que esses mesmos espaços não possuem um comportamento homogêneo, tampouco unânime, e que operam adequando-se aos corpos que os experimentam, particularizando-se além do gênero, e com isso alcançando critérios de raça, classe e sexualidade. Com base nessa prerrogativa, e como alternativa a constructos universalizantes, o presente artigo problematiza de que maneira diferentes expectativas comportamentais femininas colaboraram com a significação do espaço urbano, entre público e privado, de Desterro/Florianópolis, no período de 1850 a 1930. Para isso, foram consultados e discutidos jornais da época, dos quais foram extraídos relatos que alcançavam (i) mulheres da elite, (ii) mulheres negras escravizadas e (iii) mulheres prostituídas, e que foram capazes de insinuar territorialidades femininas individualizadas. Por fim, ao inserirmos a perspectiva interseccional, apontamos os possíveis atritos resultantes da sobreposição dessas territorialidades, os quais, munidos de suas respectivas opressões, possivelmente influenciavam a dinâmica urbana da época.

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Main Authors: Carneiro da Silva,Odila Rosa, Saboya,Renato
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: DINÂMIA'CET-IUL, Centro de Estudos sobre a Mudança Socioeconómica e o Território 2022
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-30302022000200256
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