Resultados das Intervenções Coronárias Percutâneas Primárias Realizadas nos Horários Diurno e Noturno

Introdução: Estudos demonstram que a intervenção coronária percutânea primária realizada fora do horário de rotina está relacionada a pior prognóstico. Nosso objetivo foi avaliar os desfechos da intervenção coronária percutânea primária realizada nos períodos diurno e noturno em um centro cardiológico de referência. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, que incluiu 1.108 pacientes consecutivamente atendidos por infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST, divididos nos grupos intervenção coronária percutânea primária diurna (se realizada entre 8 e 20 horas) e intervenção coronária percutânea primária noturna (se realizada entre 20 e 8 horas). Resultados: Incluímos 680 pacientes no grupo diurno e 428 no grupo noturno. As características basais referentes ao perfil demográfico, fatores de risco e classificação Killip foram semelhantes em ambos os grupos, porém o tempo porta-balão foi significativamente maior no grupo noturno (84 ± 66 minutos vs. 102 ± 98 minutos; p < 0,01). Vasos culpados, e fluxos TIMI pré e pós-procedimento não foram diferentes entre os grupos. Não encontramos diferenças significantes em relação à mortalidade hospitalar (7,6% vs. 10,2%; p = 0,16), trombose de stent (2,8% vs. 2,4%; p = 0,69) ou presença de sangramento maior (1,9% vs. 2,1%; p = 0,50). Em 1 ano, a mortalidade também foi semelhante (9,5% vs. 12,6%; p = 0,12). O principal preditor de mortalidade em 1 ano foi a classe III/IV de Killip (OR = 10,02; IC 95% 5,8-17,1; p < 0,01). Conclusões: Pacientes com infarto agudo do miocárdio apresentam taxas de desfechos clínicos semelhantes, independentemente do horário de realização da intervenção coronária percutânea primária. No entanto, o tempo porta-balão é significativamente maior nos pacientes tratados entre 20 e 8 horas.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Cardoso,Cristiano O., Lana,Daniela Dalla, Bess,Grasiele, Sebben,Juliana Cañedo, Mattos,Eduardo, Baldissera,Felipe A., Sarmento-Leite,Rogério, Quadros,Alexandre S., Gottschall,Carlos Antônio Mascia
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI 2014
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972014000100010
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S2179-83972014000100010
record_format ojs
spelling oai:scielo:S2179-839720140001000102015-01-19Resultados das Intervenções Coronárias Percutâneas Primárias Realizadas nos Horários Diurno e NoturnoCardoso,Cristiano O.Lana,Daniela DallaBess,GrasieleSebben,Juliana CañedoMattos,EduardoBaldissera,Felipe A.Sarmento-Leite,RogérioQuadros,Alexandre S.Gottschall,Carlos Antônio Mascia Infarto do miocárdio Intervenção coronária percutânea Reperfusão miocárdica Introdução: Estudos demonstram que a intervenção coronária percutânea primária realizada fora do horário de rotina está relacionada a pior prognóstico. Nosso objetivo foi avaliar os desfechos da intervenção coronária percutânea primária realizada nos períodos diurno e noturno em um centro cardiológico de referência. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, que incluiu 1.108 pacientes consecutivamente atendidos por infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST, divididos nos grupos intervenção coronária percutânea primária diurna (se realizada entre 8 e 20 horas) e intervenção coronária percutânea primária noturna (se realizada entre 20 e 8 horas). Resultados: Incluímos 680 pacientes no grupo diurno e 428 no grupo noturno. As características basais referentes ao perfil demográfico, fatores de risco e classificação Killip foram semelhantes em ambos os grupos, porém o tempo porta-balão foi significativamente maior no grupo noturno (84 ± 66 minutos vs. 102 ± 98 minutos; p < 0,01). Vasos culpados, e fluxos TIMI pré e pós-procedimento não foram diferentes entre os grupos. Não encontramos diferenças significantes em relação à mortalidade hospitalar (7,6% vs. 10,2%; p = 0,16), trombose de stent (2,8% vs. 2,4%; p = 0,69) ou presença de sangramento maior (1,9% vs. 2,1%; p = 0,50). Em 1 ano, a mortalidade também foi semelhante (9,5% vs. 12,6%; p = 0,12). O principal preditor de mortalidade em 1 ano foi a classe III/IV de Killip (OR = 10,02; IC 95% 5,8-17,1; p < 0,01). Conclusões: Pacientes com infarto agudo do miocárdio apresentam taxas de desfechos clínicos semelhantes, independentemente do horário de realização da intervenção coronária percutânea primária. No entanto, o tempo porta-balão é significativamente maior nos pacientes tratados entre 20 e 8 horas. info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCIRevista Brasileira de Cardiologia Invasiva v.22 n.1 20142014-03-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972014000100010pt10.1590/0104-1843000000004
institution SCIELO
collection OJS
country Brasil
countrycode BR
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-br
tag revista
region America del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Cardoso,Cristiano O.
Lana,Daniela Dalla
Bess,Grasiele
Sebben,Juliana Cañedo
Mattos,Eduardo
Baldissera,Felipe A.
Sarmento-Leite,Rogério
Quadros,Alexandre S.
Gottschall,Carlos Antônio Mascia
spellingShingle Cardoso,Cristiano O.
Lana,Daniela Dalla
Bess,Grasiele
Sebben,Juliana Cañedo
Mattos,Eduardo
Baldissera,Felipe A.
Sarmento-Leite,Rogério
Quadros,Alexandre S.
Gottschall,Carlos Antônio Mascia
Resultados das Intervenções Coronárias Percutâneas Primárias Realizadas nos Horários Diurno e Noturno
author_facet Cardoso,Cristiano O.
Lana,Daniela Dalla
Bess,Grasiele
Sebben,Juliana Cañedo
Mattos,Eduardo
Baldissera,Felipe A.
Sarmento-Leite,Rogério
Quadros,Alexandre S.
Gottschall,Carlos Antônio Mascia
author_sort Cardoso,Cristiano O.
title Resultados das Intervenções Coronárias Percutâneas Primárias Realizadas nos Horários Diurno e Noturno
title_short Resultados das Intervenções Coronárias Percutâneas Primárias Realizadas nos Horários Diurno e Noturno
title_full Resultados das Intervenções Coronárias Percutâneas Primárias Realizadas nos Horários Diurno e Noturno
title_fullStr Resultados das Intervenções Coronárias Percutâneas Primárias Realizadas nos Horários Diurno e Noturno
title_full_unstemmed Resultados das Intervenções Coronárias Percutâneas Primárias Realizadas nos Horários Diurno e Noturno
title_sort resultados das intervenções coronárias percutâneas primárias realizadas nos horários diurno e noturno
description Introdução: Estudos demonstram que a intervenção coronária percutânea primária realizada fora do horário de rotina está relacionada a pior prognóstico. Nosso objetivo foi avaliar os desfechos da intervenção coronária percutânea primária realizada nos períodos diurno e noturno em um centro cardiológico de referência. Métodos: Estudo de coorte prospectivo, que incluiu 1.108 pacientes consecutivamente atendidos por infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST, divididos nos grupos intervenção coronária percutânea primária diurna (se realizada entre 8 e 20 horas) e intervenção coronária percutânea primária noturna (se realizada entre 20 e 8 horas). Resultados: Incluímos 680 pacientes no grupo diurno e 428 no grupo noturno. As características basais referentes ao perfil demográfico, fatores de risco e classificação Killip foram semelhantes em ambos os grupos, porém o tempo porta-balão foi significativamente maior no grupo noturno (84 ± 66 minutos vs. 102 ± 98 minutos; p < 0,01). Vasos culpados, e fluxos TIMI pré e pós-procedimento não foram diferentes entre os grupos. Não encontramos diferenças significantes em relação à mortalidade hospitalar (7,6% vs. 10,2%; p = 0,16), trombose de stent (2,8% vs. 2,4%; p = 0,69) ou presença de sangramento maior (1,9% vs. 2,1%; p = 0,50). Em 1 ano, a mortalidade também foi semelhante (9,5% vs. 12,6%; p = 0,12). O principal preditor de mortalidade em 1 ano foi a classe III/IV de Killip (OR = 10,02; IC 95% 5,8-17,1; p < 0,01). Conclusões: Pacientes com infarto agudo do miocárdio apresentam taxas de desfechos clínicos semelhantes, independentemente do horário de realização da intervenção coronária percutânea primária. No entanto, o tempo porta-balão é significativamente maior nos pacientes tratados entre 20 e 8 horas.
publisher Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI
publishDate 2014
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972014000100010
work_keys_str_mv AT cardosocristianoo resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
AT lanadanieladalla resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
AT bessgrasiele resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
AT sebbenjulianacanedo resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
AT mattoseduardo resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
AT baldisserafelipea resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
AT sarmentoleiterogerio resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
AT quadrosalexandres resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
AT gottschallcarlosantoniomascia resultadosdasintervencoescoronariaspercutaneasprimariasrealizadasnoshorariosdiurnoenoturno
_version_ 1756439482406535168