Muito baixo peso ponderal em pacientes tratados com angioplastia coronária: impacto na mortalidade precoce e tardia

FUNDAMENTOS: Pacientes de muito baixo peso tratados com intervenção coronária percutânea têm maior risco de complicações durante a internação. Até o momento, não existem estudos para avaliar o efeito a longo prazo do baixo peso após angioplastia coronária na população brasileira. MÉTODO: Um total de 3.687 pacientes foi separado em dois grupos, de acordo com o índice de massa corporal (IMC), calculado como peso (em quilogramas) dividido pela altura (em metros) ao quadrado: grupo baixo peso (IMC < 20 kg/m²; 125 pacientes) e grupo não-baixo peso (IMC &gt; 20 kg/m², 3.562 pacientes). A mortalidade intrahospitalar foi avaliada prospectivamente durante a internação inicial. Após a alta, a ocorrência de óbito foi acessada por meio da revisão dos registros hospitalares e contato telefônico. RESULTADOS: Pacientes com IMC < 20 kg/m² apresentavam peso, altura e IMC médios de 49,4 ± 7,1 kg, 1,62 ± 0,10 m, e 18,7 ± 1,1 kg/m², respectivamente. O peso, a altura e o IMC de pacientes com IMC &gt; 20 kg/m² foram de 74,4 ± 13,8 kg, 1,64 ± 0,09 m, e 27,3 ± 4,3 kg/m², respectivamente (p < 0,01 para todas as características). Pacientes do grupo baixo peso apresentaram mortalidade significativamente maior que pacientes com IMC &gt; 20 kg/m² após 2,5 anos da angioplastia (19,4% vs. 6,9%, respectivamente; hazard ratio [HR]: 2,51, intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 1,61-3,91; p < 0,01). Após o ajuste multivariado para a presença de outros fatores de risco, a presença de IMC < 20 kg/m² persistiu como fator independente associado a aumento da mortalidade (HR: 2,04; IC 95%: 1,28-3,25; p < 0,01). CONCLUSÕES: O muito baixo peso ponderal, indicado pelo IMC < 20 kg/m², é um fator de risco independente para a ocorrência de óbito precoce e tardio nos primeiros 2,5 anos após intervenção coronária percutânea. Pela facilidade de sua identificação, a pesquisa do muito baixo peso pode ser amplamente utilizada como ferramenta prognóstica para pacientes tratados com angioplastia no dia-a-dia.

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Main Authors: Lemos,Pedro A., Ribeiro,Expedito E., Kajita,Luiz J., Esteves Filho,Antonio, Campos,Carlos A. H., Falcão,Breno A. A., Perin,Marco A., Gama,Marcus N. da, Horta,Pedro E., Marchiori,Gilberto G., Spadaro,Andre G., Soares,Paulo R., Zalc,Sílvio, Martinez,Eulógio E.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCI 2008
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972008000400011
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spelling oai:scielo:S2179-839720080004000112012-08-14Muito baixo peso ponderal em pacientes tratados com angioplastia coronária: impacto na mortalidade precoce e tardiaLemos,Pedro A.Ribeiro,Expedito E.Kajita,Luiz J.Esteves Filho,AntonioCampos,Carlos A. H.Falcão,Breno A. A.Perin,Marco A.Gama,Marcus N. daHorta,Pedro E.Marchiori,Gilberto G.Spadaro,Andre G.Soares,Paulo R.Zalc,SílvioMartinez,Eulógio E. Angioplastia transluminal percutânea coronária Índice de massa corporal Prognóstico FUNDAMENTOS: Pacientes de muito baixo peso tratados com intervenção coronária percutânea têm maior risco de complicações durante a internação. Até o momento, não existem estudos para avaliar o efeito a longo prazo do baixo peso após angioplastia coronária na população brasileira. MÉTODO: Um total de 3.687 pacientes foi separado em dois grupos, de acordo com o índice de massa corporal (IMC), calculado como peso (em quilogramas) dividido pela altura (em metros) ao quadrado: grupo baixo peso (IMC < 20 kg/m²; 125 pacientes) e grupo não-baixo peso (IMC &gt; 20 kg/m², 3.562 pacientes). A mortalidade intrahospitalar foi avaliada prospectivamente durante a internação inicial. Após a alta, a ocorrência de óbito foi acessada por meio da revisão dos registros hospitalares e contato telefônico. RESULTADOS: Pacientes com IMC < 20 kg/m² apresentavam peso, altura e IMC médios de 49,4 ± 7,1 kg, 1,62 ± 0,10 m, e 18,7 ± 1,1 kg/m², respectivamente. O peso, a altura e o IMC de pacientes com IMC &gt; 20 kg/m² foram de 74,4 ± 13,8 kg, 1,64 ± 0,09 m, e 27,3 ± 4,3 kg/m², respectivamente (p < 0,01 para todas as características). Pacientes do grupo baixo peso apresentaram mortalidade significativamente maior que pacientes com IMC &gt; 20 kg/m² após 2,5 anos da angioplastia (19,4% vs. 6,9%, respectivamente; hazard ratio [HR]: 2,51, intervalo de confiança de 95% [IC 95%]: 1,61-3,91; p < 0,01). Após o ajuste multivariado para a presença de outros fatores de risco, a presença de IMC < 20 kg/m² persistiu como fator independente associado a aumento da mortalidade (HR: 2,04; IC 95%: 1,28-3,25; p < 0,01). CONCLUSÕES: O muito baixo peso ponderal, indicado pelo IMC < 20 kg/m², é um fator de risco independente para a ocorrência de óbito precoce e tardio nos primeiros 2,5 anos após intervenção coronária percutânea. Pela facilidade de sua identificação, a pesquisa do muito baixo peso pode ser amplamente utilizada como ferramenta prognóstica para pacientes tratados com angioplastia no dia-a-dia.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista - SBHCIRevista Brasileira de Cardiologia Invasiva v.16 n.4 20082008-01-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2179-83972008000400011pt10.1590/S2179-83972008000400011
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