“Eu tenho que te contar um negócio”: gestão da soropositividade no contexto dos relacionamentos afetivo-sexuais de jovens vivendo com HIV

Resumo Com o avanço da terapêutica, crianças infectadas pelo HIV começaram a chegar à adolescência e a se relacionar afetiva e sexualmente. O diagnóstico, no entanto, torna-se um marco na trajetória dos sujeitos, estabelecendo novas teias de relações e processos sociais. Neste trabalho buscamos refletir - a partir de uma perspectiva socioantropológica - sobre discursos e práticas (re)produzidos e agenciados por jovens infectados pelo HIV por transmissão mãe-bebê na gestão de sua condição sorológica no contexto dos relacionamentos afetivo-sexuais. Partindo da construção de narrativas através de entrevistas abertas, analisamos os significados atribuídos à convivência com a doença na vida cotidiana, com ênfase na importância do vínculo no processo de revelação, nas estratégias de (não) uso de preservativo e na preocupação de infectar outras pessoas. Trazemos também ao debate as preocupações quanto ao estigma, os planos para a vida reprodutiva e o lugar dos parceiros na gestão do cuidado.

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Main Authors: Agostini,Rafael, Maksud,Ivia, Franco,Túlio
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Centro Latino-Americano em Sexualidade e Direitos Humanos (CLAM/IMS/UERJ) 2018
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-64872018000300201
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Summary:Resumo Com o avanço da terapêutica, crianças infectadas pelo HIV começaram a chegar à adolescência e a se relacionar afetiva e sexualmente. O diagnóstico, no entanto, torna-se um marco na trajetória dos sujeitos, estabelecendo novas teias de relações e processos sociais. Neste trabalho buscamos refletir - a partir de uma perspectiva socioantropológica - sobre discursos e práticas (re)produzidos e agenciados por jovens infectados pelo HIV por transmissão mãe-bebê na gestão de sua condição sorológica no contexto dos relacionamentos afetivo-sexuais. Partindo da construção de narrativas através de entrevistas abertas, analisamos os significados atribuídos à convivência com a doença na vida cotidiana, com ênfase na importância do vínculo no processo de revelação, nas estratégias de (não) uso de preservativo e na preocupação de infectar outras pessoas. Trazemos também ao debate as preocupações quanto ao estigma, os planos para a vida reprodutiva e o lugar dos parceiros na gestão do cuidado.