Feminilidade: um detalhe
O presente texto pretende abordar a questão da feminilidade em relação ao tema das roupas. Freud havia concluído que a mulher "trançava e tecia" para encobrir a falta fálica e Lacan no rememorou com seu texto, que a mulher se portava como uma "autêntica tecelã" nos rearranjos pulsionais que empreendia em sua vida anímica. Partimos de alguns autores da literatura para demonstrar que a tese freudiana e lacaniana somente corroboram com a hipótese de que há uma relação intrincada entre mulheres e roupas, melhor dizendo: entre a feminilidade e a "função do véu". Entretanto, o feminino lança mão do véu que são as roupas, segundo a psicanálise, para encobrir uma suposta falta da mulher. Nesse sentido a roupa é uma saída fálica que encobriria a castração. O texto aponta então uma via de apreensão do feminino pelo tema do detalhe, pois as qualidades desse objeto ínfimo e sutil apresentam uma saída pelo estilo próprio e feminino de cada uma das mulheres. Ou seja, se a roupa apresenta uma saída pela via do falo, o detalhe marca o todo com um corte e reabre a questão da mulher com a própria falta.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Universidade Federal Fluminense, Departamento de Psicologia
2013
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-02922013000300006 |
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Summary: | O presente texto pretende abordar a questão da feminilidade em relação ao tema das roupas. Freud havia concluído que a mulher "trançava e tecia" para encobrir a falta fálica e Lacan no rememorou com seu texto, que a mulher se portava como uma "autêntica tecelã" nos rearranjos pulsionais que empreendia em sua vida anímica. Partimos de alguns autores da literatura para demonstrar que a tese freudiana e lacaniana somente corroboram com a hipótese de que há uma relação intrincada entre mulheres e roupas, melhor dizendo: entre a feminilidade e a "função do véu". Entretanto, o feminino lança mão do véu que são as roupas, segundo a psicanálise, para encobrir uma suposta falta da mulher. Nesse sentido a roupa é uma saída fálica que encobriria a castração. O texto aponta então uma via de apreensão do feminino pelo tema do detalhe, pois as qualidades desse objeto ínfimo e sutil apresentam uma saída pelo estilo próprio e feminino de cada uma das mulheres. Ou seja, se a roupa apresenta uma saída pela via do falo, o detalhe marca o todo com um corte e reabre a questão da mulher com a própria falta. |
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