Espondilite tuberculosa: uma revisão de 31 pacientes do Hospital Santa Marcelina

INTRODUÇÃO: a infecção da coluna vertebral pelo bacilo de Koch costuma ser devastadora, sendo necessários seu diagnóstico e tratamento precoce. OBJETIVO: avaliar o tratamento e o seguimento em relação à dor, cifose residual, imagem por ressonância magnética (RM), e a importância da biópsia correlacionando-a com o tratamento clínico. Métodos: estudo retrospectivo de 31 pacientes com diagnóstico de espondilite tuberculosa, fazendo uma análise estatística dos dados descritivos: sexo, idade, status neurológico, segmento vertebral acometido, presença de abscesso e cifose residual, e suas correlações clínicas importantes comparando nossos casos com a literatura e correlacionando seus dados, tais como sexo e faixa etária mais comum, se a presença do abscesso influencia no déficit neurológico ou na cifose residual. RESULTADOS: a amostra identificou uma incidência em 23 homens e 8 mulheres. Foi identificado abscesso frio em 4 pacientes, sendo os que apresentaram uma grave deformidade final: a biopsia percutânea foi realizada em 19 pacientes com positividade em 5, não influenciando o tratamento do paciente. A dor pós-tratamento clínico apresentou melhora importante; foi utilizado esquema tríplice por um ano. CONCLUSÃO: o tratamento clínico da tuberculose deve ser iniciado assim que se suspeitar da doença e tiver imagens compatíveis com: corpo vertebral, diminuição da altura do espaço discal e elevação do ligamento longitudinal anterior. Na presença de cifose, o uso de um colete rígido deve ser ponderado, sendo ele o de Boston ou um colete gessado. A avaliação neurológica deve ser acompanhada com um intervalo curto, quinzenalmente nos primeiros três meses, pois se o tratamento clínico for ineficaz e o paciente apresentar déficit neurológico, o tratamento cirúrgico deve ser considerado. A biopsia é um exame de alta especificidade, mas de baixa sensibilidade. Quando positiva, reforça o tratamento medicamentoso.

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Main Authors: Rodrigues,Luiz Cláudio Lacerda, Bortoletto,Adalberto, Matsumoto,Marcelo Hide
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Brasileira de Coluna 2010
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-18512010000300009
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spelling oai:scielo:S1808-185120100003000092011-01-04Espondilite tuberculosa: uma revisão de 31 pacientes do Hospital Santa MarcelinaRodrigues,Luiz Cláudio LacerdaBortoletto,AdalbertoMatsumoto,Marcelo Hide Doenças da coluna vertebral Biópsia Tuberculose da coluna vertebral/terapia Imagem por ressonância magnética Dor Cifose INTRODUÇÃO: a infecção da coluna vertebral pelo bacilo de Koch costuma ser devastadora, sendo necessários seu diagnóstico e tratamento precoce. OBJETIVO: avaliar o tratamento e o seguimento em relação à dor, cifose residual, imagem por ressonância magnética (RM), e a importância da biópsia correlacionando-a com o tratamento clínico. Métodos: estudo retrospectivo de 31 pacientes com diagnóstico de espondilite tuberculosa, fazendo uma análise estatística dos dados descritivos: sexo, idade, status neurológico, segmento vertebral acometido, presença de abscesso e cifose residual, e suas correlações clínicas importantes comparando nossos casos com a literatura e correlacionando seus dados, tais como sexo e faixa etária mais comum, se a presença do abscesso influencia no déficit neurológico ou na cifose residual. RESULTADOS: a amostra identificou uma incidência em 23 homens e 8 mulheres. Foi identificado abscesso frio em 4 pacientes, sendo os que apresentaram uma grave deformidade final: a biopsia percutânea foi realizada em 19 pacientes com positividade em 5, não influenciando o tratamento do paciente. A dor pós-tratamento clínico apresentou melhora importante; foi utilizado esquema tríplice por um ano. CONCLUSÃO: o tratamento clínico da tuberculose deve ser iniciado assim que se suspeitar da doença e tiver imagens compatíveis com: corpo vertebral, diminuição da altura do espaço discal e elevação do ligamento longitudinal anterior. Na presença de cifose, o uso de um colete rígido deve ser ponderado, sendo ele o de Boston ou um colete gessado. A avaliação neurológica deve ser acompanhada com um intervalo curto, quinzenalmente nos primeiros três meses, pois se o tratamento clínico for ineficaz e o paciente apresentar déficit neurológico, o tratamento cirúrgico deve ser considerado. A biopsia é um exame de alta especificidade, mas de baixa sensibilidade. Quando positiva, reforça o tratamento medicamentoso.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Brasileira de ColunaColuna/Columna v.9 n.3 20102010-09-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-18512010000300009pt10.1590/S1808-18512010000300009
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