Epilepsia e demência em uma amostra de pacientes idosos acompanhados em serviço terciário

OBJETIVO: Determinar a freqüência de epilepsia em uma amostra ambulatorial de pacientes idosos com demência e analisar possível associação da epilepsia a uma causa específica de demência. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo com dados de 135 pacientes com demência acompanhados em ambulatório de Neurologia Cognitiva, no período de setembro de 2006 a novembro de 2007. Foi realizado levantamento de dados clínicos, laboratoriais, de neuroimagem e de eletroencefalograma. As etiologias das demências foram definidas de acordo com critérios diagnósticos específicos, a partir do quadro clínico, exame neurológico, avaliação neuropsicológica, exames laboratoriais e de neuroimagem. RESULTADOS: A freqüência de epilepsia foi 12%, sendo maior na demência mista (21,4%), seguida pela demência frontotemporal (18,6%), demência vascular (15,4%) e doença de Alzheimer (10,8%). No entanto, nenhuma diferença estatística foi observada entre essas freqüências (p = 0,817). Observou-se que 87,5% dos pacientes iniciaram o quadro de epilepsia na vida adulta, sendo que em 84,6% destes pacientes, o desenvolvimento de epilepsia foi posterior ao início do declínio cognitivo. Os tipos de crise mais comuns foram a tônico-clônico generalizada (43%) e a parcial complexa (38%). CONCLUSÃO: Apesar da freqüência de epilepsia ser variável entre os diversos tipos de demência, essa variabilidade não foi suficiente para demonstrar diferença estatística.

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Bibliographic Details
Main Authors: Almeida,Mariana Alves de, Fonseca,Simone Rios, Santos,Ana Paula Borges, Guimarães,Henrique Cerqueira, Corrêa,Thiago André Fuscaldi, Beato,Rogério Gomes, Caramelli,Paulo
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Liga Brasileira de Epilepsia (LBE) 2009
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-26492009000200003
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Summary:OBJETIVO: Determinar a freqüência de epilepsia em uma amostra ambulatorial de pacientes idosos com demência e analisar possível associação da epilepsia a uma causa específica de demência. METODOLOGIA: Estudo retrospectivo com dados de 135 pacientes com demência acompanhados em ambulatório de Neurologia Cognitiva, no período de setembro de 2006 a novembro de 2007. Foi realizado levantamento de dados clínicos, laboratoriais, de neuroimagem e de eletroencefalograma. As etiologias das demências foram definidas de acordo com critérios diagnósticos específicos, a partir do quadro clínico, exame neurológico, avaliação neuropsicológica, exames laboratoriais e de neuroimagem. RESULTADOS: A freqüência de epilepsia foi 12%, sendo maior na demência mista (21,4%), seguida pela demência frontotemporal (18,6%), demência vascular (15,4%) e doença de Alzheimer (10,8%). No entanto, nenhuma diferença estatística foi observada entre essas freqüências (p = 0,817). Observou-se que 87,5% dos pacientes iniciaram o quadro de epilepsia na vida adulta, sendo que em 84,6% destes pacientes, o desenvolvimento de epilepsia foi posterior ao início do declínio cognitivo. Os tipos de crise mais comuns foram a tônico-clônico generalizada (43%) e a parcial complexa (38%). CONCLUSÃO: Apesar da freqüência de epilepsia ser variável entre os diversos tipos de demência, essa variabilidade não foi suficiente para demonstrar diferença estatística.