Avaliação do conhecimento sobre criptosporidiose em uma amostra de médicos de Porto Alegre, Rio Grande do Sul
Introdução: A criptosporidiose, parasitose intestinal causada pelo protozoário Cryptosporidium parvum, foi descrita pela primeira vez em 1976. Desde então já houve relatos em diversos países, inclusive no Brasil. Usualmente manifesta-se com episódio agudo de diarréia aquosa prolongada, dor abdominal, náuseas e vômitos, afetando imunocomprometidos, crianças em creches e aqueles que entram em contato com água contaminada. O diagnóstico pode ser realizado com um exame parasitológico de fezes através de coloração específica, desde que seja solicitada a pesquisa do protozoário. Objetivo: Testar o grau de conhecimento sobre a doença em uma amostra de médicos de Porto Alegre (RS). Material e métodos: Contataram-se 92 médicos de um total de 411 vinculados a dois hospitais universitários de Porto Alegre, 173 da Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre (ISCMPA) e 238 do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (HSLPUC/RS), no período de julho de 1999 a agosto de 2000. A amostra abrangeu 91 especialistas: 41 da medicina interna, 11 da gastroenterologia, seis das doenças infecto-parasitárias, 18 da pediatria, oito da medicina comunitária e sete da ginecologia e obstetrícia. Os médicos foram selecionados randomicamente, e a amostra, estratificada de acordo com a quantidade de médicos por especialidade, visto que este número era significativamente diferente. Como instrumento utilizou-se um questionário (Anexo) com questões de escolha simples e múltipla, aplicado como entrevista por um dos autores (ESB), de acordo com normatizações estabelecidas. Os dados coletados foram analisados estatisticamente através do Microsoft Excel®97. Resultados: O grupo de risco mais lembrado foi o de imunocomprometidos (88/91). No entanto apenas 33/91 consideraram grupo de risco crianças em creches. O sintoma mais referido foi diarréia aquosa prolongada (70/91), seguida por dor abdominal (59/91), náuseas e vômitos (19/91). Cinqüenta e três dos entrevistados disseram que solicitariam algum teste caso suspeitassem da doença. Entretanto 33 acham que um exame parasitológico de fezes comum pode diagnosticar a doença. Entre os 91 entrevistados, somente 37 relataram não haver tratamento para a doença, e 83 admitiram que precisam de mais informações sobre a mesma. Conclusão: A criptosporidiose é uma doença pouco conhecida pelos médicos. Com isso, há o risco de sua prevalência ser subestimada em nosso meio.
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Format: | Digital revista |
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Published: |
Sociedade Brasileira de Patologia Clínica
2002
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