O casamento de Leonor e Frederico III (1451-1452) e as relações entre Portugal e o Sacro Império nos finais da Idade Média
Nos finais da Idade Média, a jovem dinastia de Avis, depois de se unir por laços de sangue à Inglaterra, a Aragão e à Borgonha, aposta no tabuleiro da Cristandade numa ligação ao mais alto nível: o Sacro Império Romano-Germânico. Afinal, ao concretizar-se o casamento da infanta D. Leonor com Frederico III, entre 1451 e 1452, D. Afonso V joga não só um processo de afirmação da sua Coroa como de legitimação da sua linhagem, garantindo ao Rex Romanorum a indispensável noiva para estabelecer a Casa dos Habsburgo no trono imperial. O desenvolvimento da historiografia das relações internacionais medievas, nas últimas décadas, deu o mote para observarmos a aproximação política daqueles dois reinos, geograficamente distantes, a partir de um importante casamento régio, que nos legou um considerável conjunto de fontes (narrativas, documentais e iconográficas). Assim, num primeiro momento, procuraremos analisar as dinâmicas das alianças que, numa Cristandade em mudança, resultaram naquele interesse matrimonial; numa segunda fase, considerando os progressos da diplomacia àquele tempo, seguiremos o processo negocial do enlace entre as Coroas; por último, observaremos as distintas fases do casamento régio, de Portugal à Península Itálica, perspectivando um novo ciclo de relações entre as dinastias de Avis e de Habsburgo.
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Instituto de Estudos Medievais, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
2018
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oai:scielo:S1646-740X20180002000052019-05-27O casamento de Leonor e Frederico III (1451-1452) e as relações entre Portugal e o Sacro Império nos finais da Idade MédiaCosta,António Martins História das Relações Internacionais Diplomacia Medieval Casamentos Reais infanta D. Leonor de Portugal imperador Frederico III Nos finais da Idade Média, a jovem dinastia de Avis, depois de se unir por laços de sangue à Inglaterra, a Aragão e à Borgonha, aposta no tabuleiro da Cristandade numa ligação ao mais alto nível: o Sacro Império Romano-Germânico. Afinal, ao concretizar-se o casamento da infanta D. Leonor com Frederico III, entre 1451 e 1452, D. Afonso V joga não só um processo de afirmação da sua Coroa como de legitimação da sua linhagem, garantindo ao Rex Romanorum a indispensável noiva para estabelecer a Casa dos Habsburgo no trono imperial. O desenvolvimento da historiografia das relações internacionais medievas, nas últimas décadas, deu o mote para observarmos a aproximação política daqueles dois reinos, geograficamente distantes, a partir de um importante casamento régio, que nos legou um considerável conjunto de fontes (narrativas, documentais e iconográficas). Assim, num primeiro momento, procuraremos analisar as dinâmicas das alianças que, numa Cristandade em mudança, resultaram naquele interesse matrimonial; numa segunda fase, considerando os progressos da diplomacia àquele tempo, seguiremos o processo negocial do enlace entre as Coroas; por último, observaremos as distintas fases do casamento régio, de Portugal à Península Itálica, perspectivando um novo ciclo de relações entre as dinastias de Avis e de Habsburgo.info:eu-repo/semantics/openAccessInstituto de Estudos Medievais, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de LisboaMedievalista n.24 20182018-12-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-740X2018000200005pt10.4000/medievalista.1703 |
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Nos finais da Idade Média, a jovem dinastia de Avis, depois de se unir por laços de sangue à Inglaterra, a Aragão e à Borgonha, aposta no tabuleiro da Cristandade numa ligação ao mais alto nível: o Sacro Império Romano-Germânico. Afinal, ao concretizar-se o casamento da infanta D. Leonor com Frederico III, entre 1451 e 1452, D. Afonso V joga não só um processo de afirmação da sua Coroa como de legitimação da sua linhagem, garantindo ao Rex Romanorum a indispensável noiva para estabelecer a Casa dos Habsburgo no trono imperial. O desenvolvimento da historiografia das relações internacionais medievas, nas últimas décadas, deu o mote para observarmos a aproximação política daqueles dois reinos, geograficamente distantes, a partir de um importante casamento régio, que nos legou um considerável conjunto de fontes (narrativas, documentais e iconográficas). Assim, num primeiro momento, procuraremos analisar as dinâmicas das alianças que, numa Cristandade em mudança, resultaram naquele interesse matrimonial; numa segunda fase, considerando os progressos da diplomacia àquele tempo, seguiremos o processo negocial do enlace entre as Coroas; por último, observaremos as distintas fases do casamento régio, de Portugal à Península Itálica, perspectivando um novo ciclo de relações entre as dinastias de Avis e de Habsburgo. |
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