Trombo no colo aneurismático, tipo de endoprótese e desenvolvimento de endoleak tipo Ia - é esta associação um problema?

Introdução: Os resultados a longo prazo do EVAR dependem da fixação proximal da endoprótese de forma a evitar a migração da mesma e o desenvolvimento de endoleak tipo Ia. As características anatómicas do colo aneurismático, nomeadamente a presença de trombo, podem influenciar os resultados do EVAR. Objetivos: Estudar a relação entre o trombo do colo aneurismático e o tipo de endoprótese utilizada e o desenvolvimento de endoleak Ia. Materiais/Métodos: Análise retrospetiva da base de dados de doentes com AAA tratados por EVAR na nossa instituição entre dezembro 2001-2013. Procedemos à revisão de todos os angioTACs pré-operatórios disponíveis (164) e dividimos os doentes em dois grupos: com trombo significativo no colo aneurismático (&gt;25% da circunferência do colo) versus sem trombo significativo. Estudamos ainda o tipo de endoprótese (fixação supra versus infra-renal) utilizada. Posteriormente, avaliamos o follow-up e o desenvolvimento de endoleak tipo Ia. Resultados: Dos 164 doentes, 38 doentes apresentavam trombo &gt; 25% da circunferência aórtica (versus 126 com trombo <25%). 54 doentes foram tratados com endopróteses de fixação infra-renal e 110 com endopróteses de fixação supra-renal. O tempo médio de follow-up foi de 42.88 meses (±32.49), 3 doentes (7.89%) com trombo significativo e 9 dos doentes sem trombo significativo desenvolveram endoleak Ia (7.14%). Quando consideramos o tipo de endoprótese utilizada, verificamos que 8 dos doentes tratados com endopróteses de fixação supra-renal (7.27%) e 4 dos tratados com endopróteses de fixação infra-renal desenvolveram endoleak Ia (7.41%). Dos 38 doentes com trombo significativo, 27 foram tratados com endopróteses de fixação supra-renal e destes, 2 (7.4%) desenvolveram endoleak Ia; os restantes 11 foram tratados com endopróteses de fixação infra-renal e destes 1 (9.1%) desenvolveram endoleak Ia. Dos 126 doentes com trombo não significativo, 83 foram tratados com endopróteses de fixação supra-renal e destes, 6 (7.23%) desenvolveram endoleak Ia; os restantes 43 foram tratados com endopróteses de fixação infra-renal e destes, 3 (6.98%) desenvolveram endoleak Ia. Conclusões: A presença significativa de trombo no colo aneurismático não parece influenciar o desenvolvimento de endoleak tipo Ia. Na nossa opinião, a presença de trombo no colo aneurismático não deve excluir os doentes do tratamento por EVAR se estes tiverem critérios anatómicos que permita o tratamento endovascular e que, pelas comorbilidades, tenham elevado risco cirúrgico.

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Bibliographic Details
Main Authors: Antunes,Inês, Machado,Rui, Rego,Duarte, Ferreira,Vítor, Gonçalves,João, Teixeira,Gabriela, Veiga,Carlos, Mendes,Daniel, Veterano,Carlos, Pereira,Carlos, Almeida,Rui de
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Angiologia e Cirurgia Vascular
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1646-706X2019000100001
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