Eleições na Alemanha: Mudanças no sistema partidário e o compasso de espera europeu
Num sistema internacional desordenado e de já prolongada turbulência política nas relações entre os países europeus, os Estados Unidos, a Rússia e a Turquia, em que as expetativas de liderança recaem cada vez mais sobre a Alemanha, ocorreram as eleições legislativas alemãs. As eleições de 24 de setembro de 2017 penalizaram os dois maiores partidos e representam uma mudança do sistema partidário e da estabilidade política na Alemanha. Passados dois meses e meio depois das eleições, e do fracasso das pré-negociações entre CDU/CSU, FDP e Verdes, discute-se agora as opções de uma nova grande coligação CDU/CSU-SPD, um governo minoritário ou a realização de novas eleições. Esta demora na escolha de uma solução governativa é inesperada e tem implicações para a Europa, porque a estabilidade política na Alemanha é o pressuposto da estabilidade política europeia, e coloca o resto da Europa perante um compasso de espera. O artigo analisa o resultado eleitoral, a evolução desde então e argumenta que as transformações do sistema partidário na Alemanha ajudam a explicar o atual impasse pós-eleitoral: a crescente fragmentação do sistema partidário articulado com a volatilidade eleitoral e com uma acentuada polarização ideológica, o que se reflete, no contexto pós-eleitoral, na existência de sete partidos políticos com representação parlamentar e afirmação de um sistema multipartidário.
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
IPRI-UNL
2017
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1645-91992017000400006 |
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