Regulações do corpo e da parentalidade durante o pré-natal em mulheres jovens de camadas populares

Resumo: A partir de duas pesquisas etnográficas realizadas com mulheres jovens de camadas populares usuárias dos serviços de saúde pública, no Recife e no Rio de Janeiro, no artigo analisamos as relações destas com os profissionais e serviços de saúde de proximidade na construção de experiências da gravidez. Destacamos a maneira como os atendimentos do pré-natal têm se convertido em um dispositivo de regulação não somente de comportamentos e práticas corporais ligadas ao “cuidado de si” e do “outro a vir”, mas também das relações de parentalidade. Seguindo esse escopo, observamos quatro técnicas de regulação sanitária: a assignação à maternidade, a construção de um “projeto de criança”, a formação de “grupos de discussão” e a mobilização da categoria de “risco”. Em conclusão, relativizamos a força disciplinar do dispositivo para compreender como as experiências da gravidez são construídas pelas mulheres, bem como para enfatizar as mudanças nos regimes de regulação na área da saúde materno-infantil.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Robles,Alfonsina Faya
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul 2015
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1519-60892015000200002
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Resumo: A partir de duas pesquisas etnográficas realizadas com mulheres jovens de camadas populares usuárias dos serviços de saúde pública, no Recife e no Rio de Janeiro, no artigo analisamos as relações destas com os profissionais e serviços de saúde de proximidade na construção de experiências da gravidez. Destacamos a maneira como os atendimentos do pré-natal têm se convertido em um dispositivo de regulação não somente de comportamentos e práticas corporais ligadas ao “cuidado de si” e do “outro a vir”, mas também das relações de parentalidade. Seguindo esse escopo, observamos quatro técnicas de regulação sanitária: a assignação à maternidade, a construção de um “projeto de criança”, a formação de “grupos de discussão” e a mobilização da categoria de “risco”. Em conclusão, relativizamos a força disciplinar do dispositivo para compreender como as experiências da gravidez são construídas pelas mulheres, bem como para enfatizar as mudanças nos regimes de regulação na área da saúde materno-infantil.