Indicadores sociais sobre pessoas com deficiência intelectual: ensaio interseccional com vistas a políticas de educação
Resumo Com o objetivo de analisar intersecções entre indicadores sociais relacionados às pessoas classificadas na categoria deficiência intelectual (DI) no Brasil e suas implicações para as políticas educacionais, neste artigo apresentamos a caracterização dessa população a partir da extração de dados do Censo Demográfico de 2010, aplicando as recomendações do Grupo de Washington para a definição do quantitativo de pessoas com deficiência no país. Da análise de perspectiva interseccional, conclui-se que, em comparação com as demais categorias de deficiência, DI é a que mais sofre desvantagens nos indicadores de acesso ao trabalho (ocupação), rendimento nominal mensal e alfabetização. Além disso, os resultados quanto à categoria sexo mostram este como um eixo de subordinação, uma vez que o feminino apresenta menos acesso aos direitos sociais abordados neste estudo. Em relação à identificação racial das pessoas com DI no país, esta parece influenciar a classificação de sujeitos nessa categoria de deficiência, uma vez que é composta majoritariamente por homens negros. Contudo os dados não nos permitiram articular o eixo raça com os demais, indicando a emergente necessidade de produzir e divulgar informações que permitam análise e apreensão de como diferentes eixos de subordinação afetam a vida das pessoas com DI no Brasil e o que indicam para a implementação das políticas educacionais, como um vetor no enfrentamento de desigualdades que marcam singularmente a situação das pessoas com DI quando comparadas à população geral e, também, a outras categorias de deficiência.
Main Authors: | , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
2021
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022021000100767 |
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Summary: | Resumo Com o objetivo de analisar intersecções entre indicadores sociais relacionados às pessoas classificadas na categoria deficiência intelectual (DI) no Brasil e suas implicações para as políticas educacionais, neste artigo apresentamos a caracterização dessa população a partir da extração de dados do Censo Demográfico de 2010, aplicando as recomendações do Grupo de Washington para a definição do quantitativo de pessoas com deficiência no país. Da análise de perspectiva interseccional, conclui-se que, em comparação com as demais categorias de deficiência, DI é a que mais sofre desvantagens nos indicadores de acesso ao trabalho (ocupação), rendimento nominal mensal e alfabetização. Além disso, os resultados quanto à categoria sexo mostram este como um eixo de subordinação, uma vez que o feminino apresenta menos acesso aos direitos sociais abordados neste estudo. Em relação à identificação racial das pessoas com DI no país, esta parece influenciar a classificação de sujeitos nessa categoria de deficiência, uma vez que é composta majoritariamente por homens negros. Contudo os dados não nos permitiram articular o eixo raça com os demais, indicando a emergente necessidade de produzir e divulgar informações que permitam análise e apreensão de como diferentes eixos de subordinação afetam a vida das pessoas com DI no Brasil e o que indicam para a implementação das políticas educacionais, como um vetor no enfrentamento de desigualdades que marcam singularmente a situação das pessoas com DI quando comparadas à população geral e, também, a outras categorias de deficiência. |
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