As macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadores

RESUMO O objetivo do presente artigo é analisar e interpretar as políticas de gestão do trabalho em vigor na rede de educação pública do Rio de Janeiro, em sua relação com a saúde dos trabalhadores de escolas. Por intermédio de uma pesquisa de base qualitativa, foram entrevistados trabalhadores de doze escolas, sendo as entrevistas interpretadas segundo o enfoque da análise do discurso. As políticas mais citadas pelos entrevistados foram: as políticas administrativas relacionadas à saúde dos profissionais da educação, como a readaptação funcional e a licença médica; as políticas relacionadas a práticas pedagógicas, como a política de aprovação automática, o sistema de ciclos e o Programa Nova Escola; e, ainda, as políticas relacionadas ao atual modelo de gestão pública, como a terceirização de funcionários. Constatamos que o paradigma hegemônico de gestão do trabalho em escolas não tem levado em consideração o contexto do trabalho onde se efetiva a gestão micropolítica dessa atividade. A partir das entrevistas, verificamos o quanto as macropolíticas educacionais e as medidas governamentais podem ser determinantes das atuais circunstâncias de saúde dos profissionais da educação, sendo necessário um conjunto de medidas para modificar as condições e a organização do trabalho que são geradoras de adoecimento, como o desenvolvimento de políticas participativas para diminuir os afastamentos por motivo de saúde. Desenvolvemos o argumento de que é preciso conhecer e transformar os efeitos sociais e econômicos originados da ausência de uma macropolítica pública de saúde voltada para o trabalho em escolas.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Souza,Kátia Reis de, Rozemberg,Brani
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo 2013
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022013000200010
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S1517-97022013000200010
record_format ojs
spelling oai:scielo:S1517-970220130002000102013-05-24As macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadoresSouza,Kátia Reis deRozemberg,Brani Políticas públicas saúde do trabalhador trabalho em escolas trabalhadores da educação readaptação funcional RESUMO O objetivo do presente artigo é analisar e interpretar as políticas de gestão do trabalho em vigor na rede de educação pública do Rio de Janeiro, em sua relação com a saúde dos trabalhadores de escolas. Por intermédio de uma pesquisa de base qualitativa, foram entrevistados trabalhadores de doze escolas, sendo as entrevistas interpretadas segundo o enfoque da análise do discurso. As políticas mais citadas pelos entrevistados foram: as políticas administrativas relacionadas à saúde dos profissionais da educação, como a readaptação funcional e a licença médica; as políticas relacionadas a práticas pedagógicas, como a política de aprovação automática, o sistema de ciclos e o Programa Nova Escola; e, ainda, as políticas relacionadas ao atual modelo de gestão pública, como a terceirização de funcionários. Constatamos que o paradigma hegemônico de gestão do trabalho em escolas não tem levado em consideração o contexto do trabalho onde se efetiva a gestão micropolítica dessa atividade. A partir das entrevistas, verificamos o quanto as macropolíticas educacionais e as medidas governamentais podem ser determinantes das atuais circunstâncias de saúde dos profissionais da educação, sendo necessário um conjunto de medidas para modificar as condições e a organização do trabalho que são geradoras de adoecimento, como o desenvolvimento de políticas participativas para diminuir os afastamentos por motivo de saúde. Desenvolvemos o argumento de que é preciso conhecer e transformar os efeitos sociais e econômicos originados da ausência de uma macropolítica pública de saúde voltada para o trabalho em escolas.info:eu-repo/semantics/openAccessFaculdade de Educação da Universidade de São PauloEducação e Pesquisa v.39 n.2 20132013-06-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022013000200010pt10.1590/S1517-97022013005000001
institution SCIELO
collection OJS
country Brasil
countrycode BR
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-br
tag revista
region America del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Souza,Kátia Reis de
Rozemberg,Brani
spellingShingle Souza,Kátia Reis de
Rozemberg,Brani
As macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadores
author_facet Souza,Kátia Reis de
Rozemberg,Brani
author_sort Souza,Kátia Reis de
title As macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadores
title_short As macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadores
title_full As macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadores
title_fullStr As macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadores
title_full_unstemmed As macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadores
title_sort as macropolíticas educacionais e a micropolítica de gestão escolar: repercussões na saúde dos trabalhadores
description RESUMO O objetivo do presente artigo é analisar e interpretar as políticas de gestão do trabalho em vigor na rede de educação pública do Rio de Janeiro, em sua relação com a saúde dos trabalhadores de escolas. Por intermédio de uma pesquisa de base qualitativa, foram entrevistados trabalhadores de doze escolas, sendo as entrevistas interpretadas segundo o enfoque da análise do discurso. As políticas mais citadas pelos entrevistados foram: as políticas administrativas relacionadas à saúde dos profissionais da educação, como a readaptação funcional e a licença médica; as políticas relacionadas a práticas pedagógicas, como a política de aprovação automática, o sistema de ciclos e o Programa Nova Escola; e, ainda, as políticas relacionadas ao atual modelo de gestão pública, como a terceirização de funcionários. Constatamos que o paradigma hegemônico de gestão do trabalho em escolas não tem levado em consideração o contexto do trabalho onde se efetiva a gestão micropolítica dessa atividade. A partir das entrevistas, verificamos o quanto as macropolíticas educacionais e as medidas governamentais podem ser determinantes das atuais circunstâncias de saúde dos profissionais da educação, sendo necessário um conjunto de medidas para modificar as condições e a organização do trabalho que são geradoras de adoecimento, como o desenvolvimento de políticas participativas para diminuir os afastamentos por motivo de saúde. Desenvolvemos o argumento de que é preciso conhecer e transformar os efeitos sociais e econômicos originados da ausência de uma macropolítica pública de saúde voltada para o trabalho em escolas.
publisher Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo
publishDate 2013
url http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-97022013000200010
work_keys_str_mv AT souzakatiareisde asmacropoliticaseducacionaiseamicropoliticadegestaoescolarrepercussoesnasaudedostrabalhadores
AT rozembergbrani asmacropoliticaseducacionaiseamicropoliticadegestaoescolarrepercussoesnasaudedostrabalhadores
_version_ 1756425569304576000