Eu não falo fluentemente nenhuma língua
No contexto dos anos 1960, marcado por contestações culturais e rupturas ideológicas com paradigmas hegemônicos ocidentais, a Revolução Tranqüila do Quebec produziu profundas mudanças culturais, expressando contradições internas do ethos quebequense. Nesse quadro, a obra do escritor Réjean Ducharme é considerada a expressão do romance americano no Quebec. No jogo discursivo do romance Le nez qui voque, publicado em 1967, engendra-se a representação do abastardamento cultural nas Américas sob a forma de uma alegoria paródica da questão identitária do Quebec. Elaborado durante as profundas rupturas com as formas estruturais de poder, o romance articula identidade e extraterritorialidade na leitura da prática crescente de uma hibridização intercultural definida pelo nomadismo de imaginários diversos e complexos em trânsito em uma escrita também migrante. O processo inclui a territorialização do quebequense no continente americano, ou seja, a representação do referencial cultural identitário americano do quebequense e a inscrição de seu ethos no vocábulo americano.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Programa de Pos-Graduação em Letras Neolatinas, Faculdade de Letras -UFRJ
2006
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-106X2006000200006 |
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