Reflexões sobre a clínica psicanalítica das psicoses
O presente artigo tem como objetivo discutir algumas questões relacionadas à clínica psicanalítica das psicoses. Partindo da constatação que o método psicanalítico clássico se mostrou, desde o início, inadequado ao tratamento das psicoses, o autor se propõe a refletir sobre as possíveis razões dessa inadequação. Tomando como base desta reflexão a idéia de que a prática e a teoria, sobretudo na psicanálise, caminham lado a lado, ele procura mostrar que a grande fonte dessa inadequação encontra-se no fato de que o método psicanalítico clássico está fundamentado numa concepção teórica sobre a formação do inconsciente que não consegue explicar de modo satisfatório o que ocorre nas psicoses neste âmbito. E, segundo a hipótese defendida pelo autor, isso se deve ao fato de que essa concepção não considera o papel preponderante desempenhado pelo inconsciente parental neste processo. Assim, em sua opinião, a questão não é simplesmente de adequação do método em si, mas, antes, de uma mudança de paradigma que permita uma re-orientação, tanto da teoria quanto da técnica, a partir de um ponto de vista descentralizado sobre a formação do inconsciente.
Main Author: | |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Associação Universitária de Pesquisa em Psicopatologia Fundamental
1999
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-47141999000300146 |
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Summary: | O presente artigo tem como objetivo discutir algumas questões relacionadas à clínica psicanalítica das psicoses. Partindo da constatação que o método psicanalítico clássico se mostrou, desde o início, inadequado ao tratamento das psicoses, o autor se propõe a refletir sobre as possíveis razões dessa inadequação. Tomando como base desta reflexão a idéia de que a prática e a teoria, sobretudo na psicanálise, caminham lado a lado, ele procura mostrar que a grande fonte dessa inadequação encontra-se no fato de que o método psicanalítico clássico está fundamentado numa concepção teórica sobre a formação do inconsciente que não consegue explicar de modo satisfatório o que ocorre nas psicoses neste âmbito. E, segundo a hipótese defendida pelo autor, isso se deve ao fato de que essa concepção não considera o papel preponderante desempenhado pelo inconsciente parental neste processo. Assim, em sua opinião, a questão não é simplesmente de adequação do método em si, mas, antes, de uma mudança de paradigma que permita uma re-orientação, tanto da teoria quanto da técnica, a partir de um ponto de vista descentralizado sobre a formação do inconsciente. |
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