Saúde nas fronteiras: análise quantitativa e qualitativa da clientela do Centro Materno Infantil de Foz do Iguaçu, Brasil
Resumo Foz do Iguaçu participa do SIS-Fronteiras e instalou o Centro Materno Infantil (CMI), ofertando atendimento ao pré-natal das gestantes brasileiras moradoras no Paraguai (brasiguaias). Para analisar as características do CMI e comparar o perfil de brasiguaias com gestantes brasileiras residentes no Brasil, conciliou-se abordagem quanti-qualitativa na metodologia. Verificou-se que gestantes brasiguaias atendidas no CMI procuram o local devido à precariedade do sistema de saúde paraguaio. Elas são mais jovens, apresentam maior paridade, menor escolaridade e não têm companheiro, quando comparadas às moradoras no Brasil. Elas omitem onde moram, tentando minimizar a possiblidade de terem atendimento inferior ao das brasileiras do local, ou terem negado seu direito à consulta; e buscam o serviço de obstetrícia tardiamente para evitar a negativa do atendimento. Elas geram custo alto para o município, sobretudo pela desinformação sobre a sua história reprodutiva e gestacional, o que aumenta as chances de serem submetidas a parto cesáreo e de internação da mãe e/ou do bebê, por complicações. Ações efetivas em relação à saúde materno-infantil nas zonas de fronteira precisam ser priorizadas.
Main Authors: | , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
2015
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Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232015000702135 |
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Summary: | Resumo Foz do Iguaçu participa do SIS-Fronteiras e instalou o Centro Materno Infantil (CMI), ofertando atendimento ao pré-natal das gestantes brasileiras moradoras no Paraguai (brasiguaias). Para analisar as características do CMI e comparar o perfil de brasiguaias com gestantes brasileiras residentes no Brasil, conciliou-se abordagem quanti-qualitativa na metodologia. Verificou-se que gestantes brasiguaias atendidas no CMI procuram o local devido à precariedade do sistema de saúde paraguaio. Elas são mais jovens, apresentam maior paridade, menor escolaridade e não têm companheiro, quando comparadas às moradoras no Brasil. Elas omitem onde moram, tentando minimizar a possiblidade de terem atendimento inferior ao das brasileiras do local, ou terem negado seu direito à consulta; e buscam o serviço de obstetrícia tardiamente para evitar a negativa do atendimento. Elas geram custo alto para o município, sobretudo pela desinformação sobre a sua história reprodutiva e gestacional, o que aumenta as chances de serem submetidas a parto cesáreo e de internação da mãe e/ou do bebê, por complicações. Ações efetivas em relação à saúde materno-infantil nas zonas de fronteira precisam ser priorizadas. |
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