Mídia e drogas: análise documental da mídia escrita brasileira sobre o tema entre 1999 e 2003
Este artigo busca analisar os conteúdos que a mídia escrita brasileira apresenta sobre drogas. Foram pesquisados artigos sobre drogas em uma revista de circulação nacional, entre 1999 e 2003, através de análise de conteúdo. Foram encontrados 481 artigos. A subcategoria "consumo" foi a mais abordada, sendo as drogas mais citadas: cocaína (21%), maconha (19%), álcool (12%) e cigarro (12%). Quanto à categoria "saúde", o cigarro apresentou 57% dos artigos relacionados aos "malefícios do uso", enquanto o álcool foi caracterizado pela ambivalência (ocorrências iguais para benefícios e malefícios) e associado à dependência (23%); no tocante à cocaína, mais ocorrências relacionaram-se ao tráfico (30%). De modo geral, a cocaína e a maconha receberam destaque da mídia, enquanto o álcool e solventes tiveram pouco destaque em comparação aos dados epidemiológicos de uso. Percebe-se que existe uma incompatibilidade entre o enfoque da mídia e o consumo de drogas no Brasil, fato que pode influenciar as crenças das pessoas sobre determinadas substâncias e as políticas públicas sobre drogas no Brasil.
Main Authors: | , , , , , |
---|---|
Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
ABRASCO - Associação Brasileira de Saúde Coletiva
2009
|
Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232009000500016 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
Summary: | Este artigo busca analisar os conteúdos que a mídia escrita brasileira apresenta sobre drogas. Foram pesquisados artigos sobre drogas em uma revista de circulação nacional, entre 1999 e 2003, através de análise de conteúdo. Foram encontrados 481 artigos. A subcategoria "consumo" foi a mais abordada, sendo as drogas mais citadas: cocaína (21%), maconha (19%), álcool (12%) e cigarro (12%). Quanto à categoria "saúde", o cigarro apresentou 57% dos artigos relacionados aos "malefícios do uso", enquanto o álcool foi caracterizado pela ambivalência (ocorrências iguais para benefícios e malefícios) e associado à dependência (23%); no tocante à cocaína, mais ocorrências relacionaram-se ao tráfico (30%). De modo geral, a cocaína e a maconha receberam destaque da mídia, enquanto o álcool e solventes tiveram pouco destaque em comparação aos dados epidemiológicos de uso. Percebe-se que existe uma incompatibilidade entre o enfoque da mídia e o consumo de drogas no Brasil, fato que pode influenciar as crenças das pessoas sobre determinadas substâncias e as políticas públicas sobre drogas no Brasil. |
---|