Efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratas
CONTEXTUALIZAÇÃO: Na reabilitação, a imobilização em alongamento do músculo esquelético é realizada como contramedida para reverter efeitos de encurtamento muscular severo e em eventos pós-cirúrgicos. Acredita-se que o retorno às atividades funcionais normais estimule mecanotransdutores capazes de reorganizar a citoarquitetura normal muscular, porém a descrição das alterações histopatológicas relacionadas a esses procedimentos são escassas na literatura. OBJETIVOS: Avaliar e quantificar anomalias histológicas induzidas pela imobilização em alongamento do músculo EDL (Extensor Digitorum Longus) e confrontá-las com a livre movimentação do animal após esse procedimento. MÉTODOS: Foram utilizadas 18 ratas Wistar, distribuídas nos grupos: controle (GC); imobilizadas em flexão plantar (EDL em posição alongada) por 14 dias (GI); imobilizadas por 14 dias e liberadas por dez dias (GIL). Fragmentos do EDL foram congelados, seccionados e processados com reações imuno-histoquímica para colágenos I e III e histoquímica para Adenosina Trifosfatase Miofibrilar e Hematoxilina-Eosina. RESULTADOS: Os animais do GI apresentaram discreto aumento da expressão de colágeno I e de fibras em processo degenerativo/necrótico, redução da proporção de fibras tipo (FT) 2A e do diâmetro menor de todos os tipos de fibras, quando comparados com os animais do GC. Para o GIL, observou-se retorno da quantidade de colágeno I às condições controle, além de redução na proporção de FT2D, aumento do número de núcleos centralizados e do diâmetro menor das fibras quando comparadas com o GI, porém a expressão de FT2B e FT2D não atingiu os valores de referência. CONCLUSÕES: Os dados apresentados mostram que a retomada da função durante dez dias foi parcialmente eficiente na recuperação das características do músculo EDL após o período de imobilização e que, se extrapolados os dados à clínica fisioterapêutica, a adoção de procedimentos orientados às disfunções primárias do músculo pode favorecer a resposta morfofuncional do segmento e o seu íntegro restabelecimento.
Main Authors: | , , , , , |
---|---|
Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Fisioterapia
2011
|
Online Access: | http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552011000100008 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
id |
oai:scielo:S1413-35552011000100008 |
---|---|
record_format |
ojs |
spelling |
oai:scielo:S1413-355520110001000082011-05-03Efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratasPolizello,Juliana C.Carvalho,Leonardo C.Freitas,Fernando C.Padula,NatáliaMartinez,Edson Z.Mattiello-Sverzut,Ana C. músculo esquelético imobilização morfologia colágeno fibras musculares CONTEXTUALIZAÇÃO: Na reabilitação, a imobilização em alongamento do músculo esquelético é realizada como contramedida para reverter efeitos de encurtamento muscular severo e em eventos pós-cirúrgicos. Acredita-se que o retorno às atividades funcionais normais estimule mecanotransdutores capazes de reorganizar a citoarquitetura normal muscular, porém a descrição das alterações histopatológicas relacionadas a esses procedimentos são escassas na literatura. OBJETIVOS: Avaliar e quantificar anomalias histológicas induzidas pela imobilização em alongamento do músculo EDL (Extensor Digitorum Longus) e confrontá-las com a livre movimentação do animal após esse procedimento. MÉTODOS: Foram utilizadas 18 ratas Wistar, distribuídas nos grupos: controle (GC); imobilizadas em flexão plantar (EDL em posição alongada) por 14 dias (GI); imobilizadas por 14 dias e liberadas por dez dias (GIL). Fragmentos do EDL foram congelados, seccionados e processados com reações imuno-histoquímica para colágenos I e III e histoquímica para Adenosina Trifosfatase Miofibrilar e Hematoxilina-Eosina. RESULTADOS: Os animais do GI apresentaram discreto aumento da expressão de colágeno I e de fibras em processo degenerativo/necrótico, redução da proporção de fibras tipo (FT) 2A e do diâmetro menor de todos os tipos de fibras, quando comparados com os animais do GC. Para o GIL, observou-se retorno da quantidade de colágeno I às condições controle, além de redução na proporção de FT2D, aumento do número de núcleos centralizados e do diâmetro menor das fibras quando comparadas com o GI, porém a expressão de FT2B e FT2D não atingiu os valores de referência. CONCLUSÕES: Os dados apresentados mostram que a retomada da função durante dez dias foi parcialmente eficiente na recuperação das características do músculo EDL após o período de imobilização e que, se extrapolados os dados à clínica fisioterapêutica, a adoção de procedimentos orientados às disfunções primárias do músculo pode favorecer a resposta morfofuncional do segmento e o seu íntegro restabelecimento.info:eu-repo/semantics/openAccessAssociação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Fisioterapia Brazilian Journal of Physical Therapy v.15 n.1 20112011-02-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552011000100008pt10.1590/S1413-35552011000100008 |
institution |
SCIELO |
collection |
OJS |
country |
Brasil |
countrycode |
BR |
component |
Revista |
access |
En linea |
databasecode |
rev-scielo-br |
tag |
revista |
region |
America del Sur |
libraryname |
SciELO |
language |
Portuguese |
format |
Digital |
author |
Polizello,Juliana C. Carvalho,Leonardo C. Freitas,Fernando C. Padula,Natália Martinez,Edson Z. Mattiello-Sverzut,Ana C. |
spellingShingle |
Polizello,Juliana C. Carvalho,Leonardo C. Freitas,Fernando C. Padula,Natália Martinez,Edson Z. Mattiello-Sverzut,Ana C. Efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratas |
author_facet |
Polizello,Juliana C. Carvalho,Leonardo C. Freitas,Fernando C. Padula,Natália Martinez,Edson Z. Mattiello-Sverzut,Ana C. |
author_sort |
Polizello,Juliana C. |
title |
Efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratas |
title_short |
Efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratas |
title_full |
Efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratas |
title_fullStr |
Efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratas |
title_full_unstemmed |
Efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratas |
title_sort |
efeitos morfológicos do retorno da sobrecarga após imobilização em alongamento de músculo esquelético de ratas |
description |
CONTEXTUALIZAÇÃO: Na reabilitação, a imobilização em alongamento do músculo esquelético é realizada como contramedida para reverter efeitos de encurtamento muscular severo e em eventos pós-cirúrgicos. Acredita-se que o retorno às atividades funcionais normais estimule mecanotransdutores capazes de reorganizar a citoarquitetura normal muscular, porém a descrição das alterações histopatológicas relacionadas a esses procedimentos são escassas na literatura. OBJETIVOS: Avaliar e quantificar anomalias histológicas induzidas pela imobilização em alongamento do músculo EDL (Extensor Digitorum Longus) e confrontá-las com a livre movimentação do animal após esse procedimento. MÉTODOS: Foram utilizadas 18 ratas Wistar, distribuídas nos grupos: controle (GC); imobilizadas em flexão plantar (EDL em posição alongada) por 14 dias (GI); imobilizadas por 14 dias e liberadas por dez dias (GIL). Fragmentos do EDL foram congelados, seccionados e processados com reações imuno-histoquímica para colágenos I e III e histoquímica para Adenosina Trifosfatase Miofibrilar e Hematoxilina-Eosina. RESULTADOS: Os animais do GI apresentaram discreto aumento da expressão de colágeno I e de fibras em processo degenerativo/necrótico, redução da proporção de fibras tipo (FT) 2A e do diâmetro menor de todos os tipos de fibras, quando comparados com os animais do GC. Para o GIL, observou-se retorno da quantidade de colágeno I às condições controle, além de redução na proporção de FT2D, aumento do número de núcleos centralizados e do diâmetro menor das fibras quando comparadas com o GI, porém a expressão de FT2B e FT2D não atingiu os valores de referência. CONCLUSÕES: Os dados apresentados mostram que a retomada da função durante dez dias foi parcialmente eficiente na recuperação das características do músculo EDL após o período de imobilização e que, se extrapolados os dados à clínica fisioterapêutica, a adoção de procedimentos orientados às disfunções primárias do músculo pode favorecer a resposta morfofuncional do segmento e o seu íntegro restabelecimento. |
publisher |
Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Fisioterapia |
publishDate |
2011 |
url |
http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552011000100008 |
work_keys_str_mv |
AT polizellojulianac efeitosmorfologicosdoretornodasobrecargaaposimobilizacaoemalongamentodemusculoesqueleticoderatas AT carvalholeonardoc efeitosmorfologicosdoretornodasobrecargaaposimobilizacaoemalongamentodemusculoesqueleticoderatas AT freitasfernandoc efeitosmorfologicosdoretornodasobrecargaaposimobilizacaoemalongamentodemusculoesqueleticoderatas AT padulanatalia efeitosmorfologicosdoretornodasobrecargaaposimobilizacaoemalongamentodemusculoesqueleticoderatas AT martinezedsonz efeitosmorfologicosdoretornodasobrecargaaposimobilizacaoemalongamentodemusculoesqueleticoderatas AT mattiellosverzutanac efeitosmorfologicosdoretornodasobrecargaaposimobilizacaoemalongamentodemusculoesqueleticoderatas |
_version_ |
1756413751503880192 |