Relação entre a lesão condral e o pico de torque após reconstrução do ligamento cruzado anterior do joelho: estudo de casos

CONTEXTUALIZAÇÃO: A associação entre lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) e desenvolvimento de osteoartrite (OA) secundária tem sido objeto de vários estudos. A lesão ligamentar predispõe a lesões da cartilagem articular, influenciando, assim, o controle motor e o pico de torque. OBJETIVO: Avaliar a influência do grau de lesão condral no pico de torque da musculatura anterior e posterior da coxa após lesão e reconstrução do LCA. MÉTODO: Seis sujeitos do sexo masculino com lesão total e unilateral do LCA foram avaliados pré-cirurgia (24 horas antes da cirurgia) e pós-cirurgia em dois momentos distintos, 4,66 ± 1,03 e 15,83 ± 2,63 meses, respectivamente. As avaliações isocinéticas foram realizadas no modo concêntrico de flexão e extensão do joelho, nas velocidades de 60º/s e 180º/s, em que foram a analisadas as variáveis PT dos isquiotibiais (PTI), PT do quadríceps (PTQ) e a relação entre eles (I/Q). A escala histológica de Mankin modificada foi utilizada para avaliar o grau macroscópico de lesão condral. O teste estatístico ANOVA (p< 0,05) comparou os resultados nos três períodos estudados e o post-hoc teste de Newman Keuls foi utilizado como pós-teste. Posteriormente, foi aplicado o teste de Correlação de Spearman para avaliar a influência do grau de lesão condral com o PT da musculatura da coxa. RESULTADOS: Os resultados mostraram diferenças estatisticamente significativas na relação entre I/Q na velocidade de 60º/s (p= 0,01). O grau de lesão condral variou de 1 a 5, entretanto não houve correlação com os achados isocinéticos. CONCLUSÃO: Identificamos que ocorreu desequilíbrio na relação agonista/antagonista, no que se refere ao torque, entre os grupos musculares do joelho após reconstrução do LCA, entretanto o grau da lesão condral secundária não influenciou o ganho progressivo desse mesmo grupo muscular dentro do período estudado.

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Bibliographic Details
Main Authors: Traete,RF, Pinto,KNZ, Mattiello-Rosa,SM
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Associação Brasileira de Pesquisa e Pós-Graduação em Fisioterapia 2007
Online Access:http://old.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552007000300011
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Summary:CONTEXTUALIZAÇÃO: A associação entre lesão do ligamento cruzado anterior (LCA) e desenvolvimento de osteoartrite (OA) secundária tem sido objeto de vários estudos. A lesão ligamentar predispõe a lesões da cartilagem articular, influenciando, assim, o controle motor e o pico de torque. OBJETIVO: Avaliar a influência do grau de lesão condral no pico de torque da musculatura anterior e posterior da coxa após lesão e reconstrução do LCA. MÉTODO: Seis sujeitos do sexo masculino com lesão total e unilateral do LCA foram avaliados pré-cirurgia (24 horas antes da cirurgia) e pós-cirurgia em dois momentos distintos, 4,66 ± 1,03 e 15,83 ± 2,63 meses, respectivamente. As avaliações isocinéticas foram realizadas no modo concêntrico de flexão e extensão do joelho, nas velocidades de 60º/s e 180º/s, em que foram a analisadas as variáveis PT dos isquiotibiais (PTI), PT do quadríceps (PTQ) e a relação entre eles (I/Q). A escala histológica de Mankin modificada foi utilizada para avaliar o grau macroscópico de lesão condral. O teste estatístico ANOVA (p< 0,05) comparou os resultados nos três períodos estudados e o post-hoc teste de Newman Keuls foi utilizado como pós-teste. Posteriormente, foi aplicado o teste de Correlação de Spearman para avaliar a influência do grau de lesão condral com o PT da musculatura da coxa. RESULTADOS: Os resultados mostraram diferenças estatisticamente significativas na relação entre I/Q na velocidade de 60º/s (p= 0,01). O grau de lesão condral variou de 1 a 5, entretanto não houve correlação com os achados isocinéticos. CONCLUSÃO: Identificamos que ocorreu desequilíbrio na relação agonista/antagonista, no que se refere ao torque, entre os grupos musculares do joelho após reconstrução do LCA, entretanto o grau da lesão condral secundária não influenciou o ganho progressivo desse mesmo grupo muscular dentro do período estudado.