Abcessos pulmonares: Revisão de 60 casos
Abcessos pulmonares (AP) acarretam graves implicações clínicas e sociais. Os autores analisam retrospectivamente a casuística dum hospital terciário. Identificaram -se 60 internamentos por AP ocorridos entre 2000 e 2005. Quarenta e cinco doentes eram homens; a idade média foi 56,2 (±15,1) anos. A duração média dos sintomas de pré -hospitalização foi de 23,0 (±50,2) dias, mas a infecção respiratória aguda foi o modo de apresentação em 36 doentes. Em 40 casos, com base em dados clínicos, a suspeita de AP seria elevada. O diagnóstico estabeleceu -se em 8,7 (±11,4) dias após a admissão. Identificou-se agente microbiano em 26 casos. Em 27 doentes classificou -se o AP como primário. Mau estado dentário e imunodeficiência foram os principais factores de risco. Existiam co morbilidades em 34 casos. Após o diagnóstico, todos receberam antibioterapia (AB) intravenosa (IV) em média durante 16,5 (±10,9) dias. A média do tempo global de AB foi de 39,2 (±15,7) dias. Dez opções de AB foram usadas e a AB IV inicial alterada em 23 casos. Foi necessária cirurgia em 6 doentes. Conseguiu-se apirexia em média após 6,4 (±6,4) dias. Ocorreram complicações em 21 doentes; 7 faleceram. A duração média do internamento foi de 27,5 (±16,3) dias e 38 doentes foram convocados para consulta pós-alta. Estes dados são, em geral, concordantes com a literatura. A elevada percentagem de doentes do sexo masculino coincide com maior prevalência do alcoolismo e do carcinoma pulmonar nos homens. Aspectos pertinentes no sentido de melhorar o prognóstico e tempo de internamento poderão ser a brevidade no diagnóstico e o consenso no tratamento antibiótico.
Main Authors: | , , , |
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Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Sociedade Portuguesa de Pneumologia
2009
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Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0873-21592009000200003 |
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Summary: | Abcessos pulmonares (AP) acarretam graves implicações clínicas e sociais. Os autores analisam retrospectivamente a casuística dum hospital terciário. Identificaram -se 60 internamentos por AP ocorridos entre 2000 e 2005. Quarenta e cinco doentes eram homens; a idade média foi 56,2 (±15,1) anos. A duração média dos sintomas de pré -hospitalização foi de 23,0 (±50,2) dias, mas a infecção respiratória aguda foi o modo de apresentação em 36 doentes. Em 40 casos, com base em dados clínicos, a suspeita de AP seria elevada. O diagnóstico estabeleceu -se em 8,7 (±11,4) dias após a admissão. Identificou-se agente microbiano em 26 casos. Em 27 doentes classificou -se o AP como primário. Mau estado dentário e imunodeficiência foram os principais factores de risco. Existiam co morbilidades em 34 casos. Após o diagnóstico, todos receberam antibioterapia (AB) intravenosa (IV) em média durante 16,5 (±10,9) dias. A média do tempo global de AB foi de 39,2 (±15,7) dias. Dez opções de AB foram usadas e a AB IV inicial alterada em 23 casos. Foi necessária cirurgia em 6 doentes. Conseguiu-se apirexia em média após 6,4 (±6,4) dias. Ocorreram complicações em 21 doentes; 7 faleceram. A duração média do internamento foi de 27,5 (±16,3) dias e 38 doentes foram convocados para consulta pós-alta. Estes dados são, em geral, concordantes com a literatura. A elevada percentagem de doentes do sexo masculino coincide com maior prevalência do alcoolismo e do carcinoma pulmonar nos homens. Aspectos pertinentes no sentido de melhorar o prognóstico e tempo de internamento poderão ser a brevidade no diagnóstico e o consenso no tratamento antibiótico. |
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