Inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológica

Fundamentos: Tem sido sugerido que vários doentes asmáticos aparentemente controlados referem queixas respiratórias durante a actividade sexual que, no entanto, são raramente discutidas com os médicos assistentes. Objectivo: Avaliar até que ponto é que os médicos imunoalergologistas consideram relevantes e/ou colocam questões relativas à sintomatologia desencadeada durante a actividade sexual em doentes asmáticos. Material e métodos: Um questionário pré-definido de 11 perguntas foi aplicado, por telefone, fax ou e-mail, durante Setembro/2010, a cerca de 100 imunoalergologistas que tivessem acedido a responder num contacto inicial. A análise estatística foi realizada utilizando o software SPSS versão 15.0, quer para a análise descritiva de todas as variáveis quer para a utilização do qui-quadrado para as análises de acordo com sexo e grupo etário e para o cruzamento entre questões. Foi considerado um nível de significância de 0,05. Resultados: Foram obtidas respostas de 101 médicos (52% homens), com média de idade 51,5±7,9 anos. Embora 98% dos médicos questione os seus doentes adultos asmáticos quase sempre sobre queixas desencadeadas pelo esforço, apenas 11% costuma questionar especificamente sobre o esforço associado à actividade sexual. Em contraste com esta reduzida percentagem, cerca de 90% dos médicos considera-se à-vontade para efectuar este tipo de questões, embora se reconheça um maior à -vontade para questionar adultos com menos de 40 anos de idade e para questionar adultos do mesmo sexo. Mais de 2/3 dos médicos considera que os doentes aceitam bem este tipo de questões e 71% considera que os doentes acham importante poder discutir eventuais limitações à sua actividade sexual, reconhecendo contudo que, provavelmente, uma percentagem significativa dos doentes não referirá estas queixas espontaneamente. Conclusões: Apesar de serem consideradas clinicamente relevantes e provavelmente bem aceites pelos doentes, a maior parte dos imunoalergologistas não questiona habitualmente os seus doentes asmáticos adultos sobre queixas respiratórias durante a actividade sexual.

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Ferreira,Manuel Branco
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica 2012
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000300004
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
id oai:scielo:S0871-97212012000300004
record_format ojs
spelling oai:scielo:S0871-972120120003000042013-03-14Inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológicaFerreira,Manuel Branco Actividade sexual asma Imunoalergologistas questionário Fundamentos: Tem sido sugerido que vários doentes asmáticos aparentemente controlados referem queixas respiratórias durante a actividade sexual que, no entanto, são raramente discutidas com os médicos assistentes. Objectivo: Avaliar até que ponto é que os médicos imunoalergologistas consideram relevantes e/ou colocam questões relativas à sintomatologia desencadeada durante a actividade sexual em doentes asmáticos. Material e métodos: Um questionário pré-definido de 11 perguntas foi aplicado, por telefone, fax ou e-mail, durante Setembro/2010, a cerca de 100 imunoalergologistas que tivessem acedido a responder num contacto inicial. A análise estatística foi realizada utilizando o software SPSS versão 15.0, quer para a análise descritiva de todas as variáveis quer para a utilização do qui-quadrado para as análises de acordo com sexo e grupo etário e para o cruzamento entre questões. Foi considerado um nível de significância de 0,05. Resultados: Foram obtidas respostas de 101 médicos (52% homens), com média de idade 51,5±7,9 anos. Embora 98% dos médicos questione os seus doentes adultos asmáticos quase sempre sobre queixas desencadeadas pelo esforço, apenas 11% costuma questionar especificamente sobre o esforço associado à actividade sexual. Em contraste com esta reduzida percentagem, cerca de 90% dos médicos considera-se à-vontade para efectuar este tipo de questões, embora se reconheça um maior à -vontade para questionar adultos com menos de 40 anos de idade e para questionar adultos do mesmo sexo. Mais de 2/3 dos médicos considera que os doentes aceitam bem este tipo de questões e 71% considera que os doentes acham importante poder discutir eventuais limitações à sua actividade sexual, reconhecendo contudo que, provavelmente, uma percentagem significativa dos doentes não referirá estas queixas espontaneamente. Conclusões: Apesar de serem consideradas clinicamente relevantes e provavelmente bem aceites pelos doentes, a maior parte dos imunoalergologistas não questiona habitualmente os seus doentes asmáticos adultos sobre queixas respiratórias durante a actividade sexual.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia ClínicaRevista Portuguesa de Imunoalergologia v.20 n.3 20122012-07-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000300004pt
institution SCIELO
collection OJS
country Portugal
countrycode PT
component Revista
access En linea
databasecode rev-scielo-pt
tag revista
region Europa del Sur
libraryname SciELO
language Portuguese
format Digital
author Ferreira,Manuel Branco
spellingShingle Ferreira,Manuel Branco
Inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológica
author_facet Ferreira,Manuel Branco
author_sort Ferreira,Manuel Branco
title Inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológica
title_short Inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológica
title_full Inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológica
title_fullStr Inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológica
title_full_unstemmed Inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológica
title_sort inquérito sobre asma e actividade sexual na prática clínica alergológica
description Fundamentos: Tem sido sugerido que vários doentes asmáticos aparentemente controlados referem queixas respiratórias durante a actividade sexual que, no entanto, são raramente discutidas com os médicos assistentes. Objectivo: Avaliar até que ponto é que os médicos imunoalergologistas consideram relevantes e/ou colocam questões relativas à sintomatologia desencadeada durante a actividade sexual em doentes asmáticos. Material e métodos: Um questionário pré-definido de 11 perguntas foi aplicado, por telefone, fax ou e-mail, durante Setembro/2010, a cerca de 100 imunoalergologistas que tivessem acedido a responder num contacto inicial. A análise estatística foi realizada utilizando o software SPSS versão 15.0, quer para a análise descritiva de todas as variáveis quer para a utilização do qui-quadrado para as análises de acordo com sexo e grupo etário e para o cruzamento entre questões. Foi considerado um nível de significância de 0,05. Resultados: Foram obtidas respostas de 101 médicos (52% homens), com média de idade 51,5±7,9 anos. Embora 98% dos médicos questione os seus doentes adultos asmáticos quase sempre sobre queixas desencadeadas pelo esforço, apenas 11% costuma questionar especificamente sobre o esforço associado à actividade sexual. Em contraste com esta reduzida percentagem, cerca de 90% dos médicos considera-se à-vontade para efectuar este tipo de questões, embora se reconheça um maior à -vontade para questionar adultos com menos de 40 anos de idade e para questionar adultos do mesmo sexo. Mais de 2/3 dos médicos considera que os doentes aceitam bem este tipo de questões e 71% considera que os doentes acham importante poder discutir eventuais limitações à sua actividade sexual, reconhecendo contudo que, provavelmente, uma percentagem significativa dos doentes não referirá estas queixas espontaneamente. Conclusões: Apesar de serem consideradas clinicamente relevantes e provavelmente bem aceites pelos doentes, a maior parte dos imunoalergologistas não questiona habitualmente os seus doentes asmáticos adultos sobre queixas respiratórias durante a actividade sexual.
publisher Sociedade Portuguesa de Alergologia e Imunologia Clínica
publishDate 2012
url http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-97212012000300004
work_keys_str_mv AT ferreiramanuelbranco inqueritosobreasmaeactividadesexualnapraticaclinicaalergologica
_version_ 1756001627560476672