Perturbação afectiva bipolar, disfunção cognitiva e demência

A disfunção cognitiva na Perturbação Afectiva Bipolar tem vindo a ser considerada, na actualidade, como uma característica fundamental, tanto em termos de repercussão psicossocial e funcional, bem como manifestação de traço na fase aguda ou em remissão clínica da doença. O grau do seu impacto está relacionado com a iatrogenia polimedicamentosa e igualmente com os sintomas afectivos e a sua manifestação em familiares de primeiro grau saudáveis, podendo ser um marcador parcial de predisposição genética. Apesar da inexistência de uma bateria específica de avaliação para estes pacientes, a apreciação neurocognitiva assume um papel importante relativamente ao diagnóstico e ao tratamento, constituindo um campo actual de investigação. Algumas armas terapêuticas farmacológicas recentes, adicionalmente à reabilitação cognitiva poderão constituir opções de tratamento promissoras para o futuro. A provável evolução ou sobreposição com os sintomas comportamentais de uma demência orgânica permite uma categorização específica como “Perturbação Afectiva Bipolar Tipo VI”. A determinação na história clínica de manifestações de traços de bipolaridade, nomeadamente ao nível da personalidade pré-mórbida, de antecedentes psiquiátricos e de história familiar tornam-se fundamentais para o seu diagnóstico diferencial e orientação terapêutica adequados.

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Bibliographic Details
Main Authors: Lopes,R., Fernandes,L.
Format: Digital revista
Language:Portuguese
Published: ArquiMed - Edições Científicas AEFMUP 2012
Online Access:http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-34132012000500002
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Description
Summary:A disfunção cognitiva na Perturbação Afectiva Bipolar tem vindo a ser considerada, na actualidade, como uma característica fundamental, tanto em termos de repercussão psicossocial e funcional, bem como manifestação de traço na fase aguda ou em remissão clínica da doença. O grau do seu impacto está relacionado com a iatrogenia polimedicamentosa e igualmente com os sintomas afectivos e a sua manifestação em familiares de primeiro grau saudáveis, podendo ser um marcador parcial de predisposição genética. Apesar da inexistência de uma bateria específica de avaliação para estes pacientes, a apreciação neurocognitiva assume um papel importante relativamente ao diagnóstico e ao tratamento, constituindo um campo actual de investigação. Algumas armas terapêuticas farmacológicas recentes, adicionalmente à reabilitação cognitiva poderão constituir opções de tratamento promissoras para o futuro. A provável evolução ou sobreposição com os sintomas comportamentais de uma demência orgânica permite uma categorização específica como “Perturbação Afectiva Bipolar Tipo VI”. A determinação na história clínica de manifestações de traços de bipolaridade, nomeadamente ao nível da personalidade pré-mórbida, de antecedentes psiquiátricos e de história familiar tornam-se fundamentais para o seu diagnóstico diferencial e orientação terapêutica adequados.