Decomposição de folhada de quatro espécies florestais no Norte de Portugal: Taxa de decomposição e evolução da composição estrutural e do teor em nutrientes
Estudou-se a decomposição e a dinâmica de nutrientes de folhas e agulhas senescentes de Castanea sativa (CS), Pinus pinaster (PP), Pinus nigra (PN) e Pseudotsuga menziesii (PM) durante 3,1 a 3,5 anos, bem como a evolução da composição química e estrutural dos mesmos resíduos durante 391 a 518 dias, por intermédio da técnica das saquetas. Os teores de N eram mais elevados nas agulhas de PM (14,5 g kg-1) e nas folhas de CS (12,1 g kg-1) do que nas agulhas de PP (3,8 g kg-1) e PN (4,7 g kg-1) e, implicando que a razão C/N fosse menor nas primeiras (respectivamente 39,0 e 46,8) do que nas segundas (respectivamente 147,7 e 122,2). As agulhas de PM apresentavam o teor mais elevado de Ca (9,1 g kg-1) e de compostos solúveis em álcool e água (384 g kg-1, contra 95 a 160 g kg-1 nas restantes espécies), mas o teor mais baixo em holocelulose (253 g kg-1, contra ±500 g kg-1 nas restantes espécies). A razão lenhina/N era muito maior nas agulhas de PP e PN (respectivamente 71,2 e 58,3) do que nas agulhas de PM e folhas de CS (respectivamente, 20,5 e 20,3), enquanto a razão holocelulose/lenhina se situava entre o mínimo de 0,9, nas agulhas de PM, e 1,9 -2,1 para as outras espécies. A taxa de decomposição anual para todo o período de estudo, seguindo o modelo exponencial negativo, decresceu segundo a ordem CS>PN>PM>PP (0,35, -0,27, -0,19 e -0,16), com valores mais elevados no primeiro ano em CS (-0,60) e PM (-0,31). Os constituintes solúveis e a hemicelulose decresceram em geral acentuadamente com o decorrer da decomposição, enquanto a lenhina e a celulose apresentaram pequena variação, nomeadamente nas agulhas de PP e PM. As quantidades remanescentes de K, Ca e Mg decresceram durante o processo de decomposição, atingindo no final do estudo respectivamente 17 a 65%, 30 a 60 % e 18 a 59% da inicial. As quantidades remanescentes finais de N (41 a 121 %) e de P (33 a 104 %) tanto foram inferiores como superiores às iniciais. A razão C/N diminuiu acentuadamente durante a decomposição, sobretudo nas agulhas de PP e PN, com valores finais de 53,2 47,1.
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Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal
2009
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oai:scielo:S0871-018X20090001000212009-09-25Decomposição de folhada de quatro espécies florestais no Norte de Portugal: Taxa de decomposição e evolução da composição estrutural e do teor em nutrientesMartins,A.Azevedo,S.Raimundo,F.Carvalho,L.Madeira,M.Estudou-se a decomposição e a dinâmica de nutrientes de folhas e agulhas senescentes de Castanea sativa (CS), Pinus pinaster (PP), Pinus nigra (PN) e Pseudotsuga menziesii (PM) durante 3,1 a 3,5 anos, bem como a evolução da composição química e estrutural dos mesmos resíduos durante 391 a 518 dias, por intermédio da técnica das saquetas. Os teores de N eram mais elevados nas agulhas de PM (14,5 g kg-1) e nas folhas de CS (12,1 g kg-1) do que nas agulhas de PP (3,8 g kg-1) e PN (4,7 g kg-1) e, implicando que a razão C/N fosse menor nas primeiras (respectivamente 39,0 e 46,8) do que nas segundas (respectivamente 147,7 e 122,2). As agulhas de PM apresentavam o teor mais elevado de Ca (9,1 g kg-1) e de compostos solúveis em álcool e água (384 g kg-1, contra 95 a 160 g kg-1 nas restantes espécies), mas o teor mais baixo em holocelulose (253 g kg-1, contra ±500 g kg-1 nas restantes espécies). A razão lenhina/N era muito maior nas agulhas de PP e PN (respectivamente 71,2 e 58,3) do que nas agulhas de PM e folhas de CS (respectivamente, 20,5 e 20,3), enquanto a razão holocelulose/lenhina se situava entre o mínimo de 0,9, nas agulhas de PM, e 1,9 -2,1 para as outras espécies. A taxa de decomposição anual para todo o período de estudo, seguindo o modelo exponencial negativo, decresceu segundo a ordem CS>PN>PM>PP (0,35, -0,27, -0,19 e -0,16), com valores mais elevados no primeiro ano em CS (-0,60) e PM (-0,31). Os constituintes solúveis e a hemicelulose decresceram em geral acentuadamente com o decorrer da decomposição, enquanto a lenhina e a celulose apresentaram pequena variação, nomeadamente nas agulhas de PP e PM. As quantidades remanescentes de K, Ca e Mg decresceram durante o processo de decomposição, atingindo no final do estudo respectivamente 17 a 65%, 30 a 60 % e 18 a 59% da inicial. As quantidades remanescentes finais de N (41 a 121 %) e de P (33 a 104 %) tanto foram inferiores como superiores às iniciais. A razão C/N diminuiu acentuadamente durante a decomposição, sobretudo nas agulhas de PP e PN, com valores finais de 53,2 47,1.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade de Ciências Agrárias de PortugalRevista de Ciências Agrárias v.32 n.1 20092009-01-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-018X2009000100021pt |
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Estudou-se a decomposição e a dinâmica de nutrientes de folhas e agulhas senescentes de Castanea sativa (CS), Pinus pinaster (PP), Pinus nigra (PN) e Pseudotsuga menziesii (PM) durante 3,1 a 3,5 anos, bem como a evolução da composição química e estrutural dos mesmos resíduos durante 391 a 518 dias, por intermédio da técnica das saquetas. Os teores de N eram mais elevados nas agulhas de PM (14,5 g kg-1) e nas folhas de CS (12,1 g kg-1) do que nas agulhas de PP (3,8 g kg-1) e PN (4,7 g kg-1) e, implicando que a razão C/N fosse menor nas primeiras (respectivamente 39,0 e 46,8) do que nas segundas (respectivamente 147,7 e 122,2). As agulhas de PM apresentavam o teor mais elevado de Ca (9,1 g kg-1) e de compostos solúveis em álcool e água (384 g kg-1, contra 95 a 160 g kg-1 nas restantes espécies), mas o teor mais baixo em holocelulose (253 g kg-1, contra ±500 g kg-1 nas restantes espécies). A razão lenhina/N era muito maior nas agulhas de PP e PN (respectivamente 71,2 e 58,3) do que nas agulhas de PM e folhas de CS (respectivamente, 20,5 e 20,3), enquanto a razão holocelulose/lenhina se situava entre o mínimo de 0,9, nas agulhas de PM, e 1,9 -2,1 para as outras espécies. A taxa de decomposição anual para todo o período de estudo, seguindo o modelo exponencial negativo, decresceu segundo a ordem CS>PN>PM>PP (0,35, -0,27, -0,19 e -0,16), com valores mais elevados no primeiro ano em CS (-0,60) e PM (-0,31). Os constituintes solúveis e a hemicelulose decresceram em geral acentuadamente com o decorrer da decomposição, enquanto a lenhina e a celulose apresentaram pequena variação, nomeadamente nas agulhas de PP e PM. As quantidades remanescentes de K, Ca e Mg decresceram durante o processo de decomposição, atingindo no final do estudo respectivamente 17 a 65%, 30 a 60 % e 18 a 59% da inicial. As quantidades remanescentes finais de N (41 a 121 %) e de P (33 a 104 %) tanto foram inferiores como superiores às iniciais. A razão C/N diminuiu acentuadamente durante a decomposição, sobretudo nas agulhas de PP e PN, com valores finais de 53,2 47,1. |
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