Tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de Sinorhizobium provenientes de zonas secas do Alentejo
O trabalho teve como principal objectivo a obtenção de estirpes de rizóbio adequadas à nodulação de luzernas anuais e adaptadas a sobreviver nas condições ambientais susceptíveis de ocorrer em solos degradados. Dado que as populações de rizóbio apresentam variabilidade considerável no que respeita à tolerância a factores ambientais, os estudos focaram-se na pesquisa e na selecção de estirpes resistentes a condições adversas. Efectuaram-se colheitas de solos em diversas zonas no sul do País, seleccionando-se locais afectados por secura, temperaturas elevadas e, pontualmente, salinidade. A partir destes solos, isolaram-se estirpes de rizóbio, usando como planta hospedeira a luzerna anual Medicago polymorpha. Estudaram-se os efeitos de condições de stresse ambiental, como a salinidade e as altas temperaturas, no crescimento das estirpes isoladas. Dos 41 isolamentos analisados, 11 apresentaram crescimento em meio con-tendo 1,4 M de cloreto de sódio e suplementado com 10% de extracto de terra, e 22 cresceram quando incubadas a 45 ºC em meio sem aditivos. Três estirpes mostraram ter capacidade para crescer sob os efeitos conjuntos da salinidade e da alta temperatura. A análise de extractos etanólicos de estirpes tolerantes à salinidade revelou, na maior parte dos casos, a acumulação, induzida pelo sal, dos solutos compatíveis de Sinorhizobium: o dipéptido N - acetilglutaminilglutamina amida, vários tipos de betaínas, trealose, glutamato e prolina. A observação, por NMR de 31P in vivo, de uma estirpe tolerante ao sal, proveniente de um solo xistoso de baixo teor em fósforo, mostrou a presença de níveis elevados de reservas intracelulares de fosfato inorgânico (polifosfato), sugerindo um bom potencial para utilização em solos onde os riscos de salinização se conjuguem com deficiências em fósforo assimilável.
Main Authors: | , , , |
---|---|
Format: | Digital revista |
Language: | Portuguese |
Published: |
Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal
2007
|
Online Access: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-018X2007000200014 |
Tags: |
Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
|
id |
oai:scielo:S0871-018X2007000200014 |
---|---|
record_format |
ojs |
spelling |
oai:scielo:S0871-018X20070002000142009-01-22Tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de Sinorhizobium provenientes de zonas secas do AlentejoFareleira,P.Matos,N.Ferreira,E.Marques,J. F.O trabalho teve como principal objectivo a obtenção de estirpes de rizóbio adequadas à nodulação de luzernas anuais e adaptadas a sobreviver nas condições ambientais susceptíveis de ocorrer em solos degradados. Dado que as populações de rizóbio apresentam variabilidade considerável no que respeita à tolerância a factores ambientais, os estudos focaram-se na pesquisa e na selecção de estirpes resistentes a condições adversas. Efectuaram-se colheitas de solos em diversas zonas no sul do País, seleccionando-se locais afectados por secura, temperaturas elevadas e, pontualmente, salinidade. A partir destes solos, isolaram-se estirpes de rizóbio, usando como planta hospedeira a luzerna anual Medicago polymorpha. Estudaram-se os efeitos de condições de stresse ambiental, como a salinidade e as altas temperaturas, no crescimento das estirpes isoladas. Dos 41 isolamentos analisados, 11 apresentaram crescimento em meio con-tendo 1,4 M de cloreto de sódio e suplementado com 10% de extracto de terra, e 22 cresceram quando incubadas a 45 ºC em meio sem aditivos. Três estirpes mostraram ter capacidade para crescer sob os efeitos conjuntos da salinidade e da alta temperatura. A análise de extractos etanólicos de estirpes tolerantes à salinidade revelou, na maior parte dos casos, a acumulação, induzida pelo sal, dos solutos compatíveis de Sinorhizobium: o dipéptido N - acetilglutaminilglutamina amida, vários tipos de betaínas, trealose, glutamato e prolina. A observação, por NMR de 31P in vivo, de uma estirpe tolerante ao sal, proveniente de um solo xistoso de baixo teor em fósforo, mostrou a presença de níveis elevados de reservas intracelulares de fosfato inorgânico (polifosfato), sugerindo um bom potencial para utilização em solos onde os riscos de salinização se conjuguem com deficiências em fósforo assimilável.info:eu-repo/semantics/openAccessSociedade de Ciências Agrárias de PortugalRevista de Ciências Agrárias v.30 n.2 20072007-07-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-018X2007000200014pt |
institution |
SCIELO |
collection |
OJS |
country |
Portugal |
countrycode |
PT |
component |
Revista |
access |
En linea |
databasecode |
rev-scielo-pt |
tag |
revista |
region |
Europa del Sur |
libraryname |
SciELO |
language |
Portuguese |
format |
Digital |
author |
Fareleira,P. Matos,N. Ferreira,E. Marques,J. F. |
spellingShingle |
Fareleira,P. Matos,N. Ferreira,E. Marques,J. F. Tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de Sinorhizobium provenientes de zonas secas do Alentejo |
author_facet |
Fareleira,P. Matos,N. Ferreira,E. Marques,J. F. |
author_sort |
Fareleira,P. |
title |
Tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de Sinorhizobium provenientes de zonas secas do Alentejo |
title_short |
Tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de Sinorhizobium provenientes de zonas secas do Alentejo |
title_full |
Tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de Sinorhizobium provenientes de zonas secas do Alentejo |
title_fullStr |
Tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de Sinorhizobium provenientes de zonas secas do Alentejo |
title_full_unstemmed |
Tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de Sinorhizobium provenientes de zonas secas do Alentejo |
title_sort |
tolerância ao sal e às altas temperaturas de estirpes de sinorhizobium provenientes de zonas secas do alentejo |
description |
O trabalho teve como principal objectivo a obtenção de estirpes de rizóbio adequadas à nodulação de luzernas anuais e adaptadas a sobreviver nas condições ambientais susceptíveis de ocorrer em solos degradados. Dado que as populações de rizóbio apresentam variabilidade considerável no que respeita à tolerância a factores ambientais, os estudos focaram-se na pesquisa e na selecção de estirpes resistentes a condições adversas. Efectuaram-se colheitas de solos em diversas zonas no sul do País, seleccionando-se locais afectados por secura, temperaturas elevadas e, pontualmente, salinidade. A partir destes solos, isolaram-se estirpes de rizóbio, usando como planta hospedeira a luzerna anual Medicago polymorpha. Estudaram-se os efeitos de condições de stresse ambiental, como a salinidade e as altas temperaturas, no crescimento das estirpes isoladas. Dos 41 isolamentos analisados, 11 apresentaram crescimento em meio con-tendo 1,4 M de cloreto de sódio e suplementado com 10% de extracto de terra, e 22 cresceram quando incubadas a 45 ºC em meio sem aditivos. Três estirpes mostraram ter capacidade para crescer sob os efeitos conjuntos da salinidade e da alta temperatura. A análise de extractos etanólicos de estirpes tolerantes à salinidade revelou, na maior parte dos casos, a acumulação, induzida pelo sal, dos solutos compatíveis de Sinorhizobium: o dipéptido N - acetilglutaminilglutamina amida, vários tipos de betaínas, trealose, glutamato e prolina. A observação, por NMR de 31P in vivo, de uma estirpe tolerante ao sal, proveniente de um solo xistoso de baixo teor em fósforo, mostrou a presença de níveis elevados de reservas intracelulares de fosfato inorgânico (polifosfato), sugerindo um bom potencial para utilização em solos onde os riscos de salinização se conjuguem com deficiências em fósforo assimilável. |
publisher |
Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal |
publishDate |
2007 |
url |
http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0871-018X2007000200014 |
work_keys_str_mv |
AT fareleirap toleranciaaosaleasaltastemperaturasdeestirpesdesinorhizobiumprovenientesdezonassecasdoalentejo AT matosn toleranciaaosaleasaltastemperaturasdeestirpesdesinorhizobiumprovenientesdezonassecasdoalentejo AT ferreirae toleranciaaosaleasaltastemperaturasdeestirpesdesinorhizobiumprovenientesdezonassecasdoalentejo AT marquesjf toleranciaaosaleasaltastemperaturasdeestirpesdesinorhizobiumprovenientesdezonassecasdoalentejo |
_version_ |
1756001385690693632 |