Educadores de infância promotores de saúde e resiliência: Um estudo exploratório com crianças em situação de risco
Estima-se que em Portugal 11% das crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 6 anos apresentam Necessidades Educativas Especiais (NEE) e 37% das crianças vítimas de maus-tratos e abandono, sujeitas a processo tutelar em 1996, tinham idade inferior a 6 anos. A presença de crianças consideradas em situação de risco e vulnerabilidade no que respeita à sua saúde psicosocial e à sua qualidade de vida implica, quer uma interrogação permanente sobre a natureza dos problemas que contribuem para definir essas situações, quer um notável desafio para aqueles que, nas escolas e jardins de infância, lidam com essas crianças e têm de desenvolver uma prática educativa que vá ao encontro das necessidades diagnosticadas. A Promoção da Saúde e Resiliência junto de crianças em risco tem demonstrado resultados positivos no que respeita à prevenção de comportamentos de risco na adolescência e idade adulta. No presente artigo assume-se a multidimensionalidade do conceito de promoção de saúde e resiliência e apresenta-se uma investigação empírica desenvolvida com o objectivo de identificar e especificar a importância dessas dimensões no desenvolvimento das práticas educativas dos educadores de infância. Trata-se de um estudo transversal e exploratório que abrangeu 274 sujeitos, 164 da região do Alentejo e 110 da região do Algarve. Através da análise de correspondências múltiplas seguida de uma classificação hierárquica identificaram-se duas classes de educadores - "mais" e "menos" promotores de saúde e resiliência. Os resultados sugerem que a integração de crianças em situação de risco não é condição imprescindível para que os educadores sejam considerados mais promotores de saúde e resiliência. Do mesmo modo, parece também não existir associação entre a disciplina de Educação para a Saúde (EpS) ou similar, presente na formação inicial, e uma prática mais promotora de saúde e resiliência. Contudo, exercerem funções na rede pública, trabalharem em Jardins de Infância pertencentes à Rede Nacional de Escolas Promotoras de Saúde (RNEPS), a EpS integrada no Projecto Educativo (PE) de escola e o apoio de equipa de saúde escolar são elementos impulsionadores para uma intervenção nesta área.
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Published: |
ISPA-Instituto Universitário
2006
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oai:scielo:S0870-823120060002000082009-01-26Educadores de infância promotores de saúde e resiliência: Um estudo exploratório com crianças em situação de riscoGil,GlicériaDiniz,José Alves Educador de infância crianças em situação de risco promoção de saúde e resiliência Estima-se que em Portugal 11% das crianças com idades compreendidas entre os 0 e os 6 anos apresentam Necessidades Educativas Especiais (NEE) e 37% das crianças vítimas de maus-tratos e abandono, sujeitas a processo tutelar em 1996, tinham idade inferior a 6 anos. A presença de crianças consideradas em situação de risco e vulnerabilidade no que respeita à sua saúde psicosocial e à sua qualidade de vida implica, quer uma interrogação permanente sobre a natureza dos problemas que contribuem para definir essas situações, quer um notável desafio para aqueles que, nas escolas e jardins de infância, lidam com essas crianças e têm de desenvolver uma prática educativa que vá ao encontro das necessidades diagnosticadas. A Promoção da Saúde e Resiliência junto de crianças em risco tem demonstrado resultados positivos no que respeita à prevenção de comportamentos de risco na adolescência e idade adulta. No presente artigo assume-se a multidimensionalidade do conceito de promoção de saúde e resiliência e apresenta-se uma investigação empírica desenvolvida com o objectivo de identificar e especificar a importância dessas dimensões no desenvolvimento das práticas educativas dos educadores de infância. Trata-se de um estudo transversal e exploratório que abrangeu 274 sujeitos, 164 da região do Alentejo e 110 da região do Algarve. Através da análise de correspondências múltiplas seguida de uma classificação hierárquica identificaram-se duas classes de educadores - "mais" e "menos" promotores de saúde e resiliência. Os resultados sugerem que a integração de crianças em situação de risco não é condição imprescindível para que os educadores sejam considerados mais promotores de saúde e resiliência. Do mesmo modo, parece também não existir associação entre a disciplina de Educação para a Saúde (EpS) ou similar, presente na formação inicial, e uma prática mais promotora de saúde e resiliência. Contudo, exercerem funções na rede pública, trabalharem em Jardins de Infância pertencentes à Rede Nacional de Escolas Promotoras de Saúde (RNEPS), a EpS integrada no Projecto Educativo (PE) de escola e o apoio de equipa de saúde escolar são elementos impulsionadores para uma intervenção nesta área.info:eu-repo/semantics/openAccessISPA-Instituto UniversitárioAnálise Psicológica v.24 n.2 20062006-04-01info:eu-repo/semantics/articletext/htmlhttp://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0870-82312006000200008pt |
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